Wednesday, April 22, 2009

A minha mãe...

Em homenagem ao dia das mães resolvi fazer um post sobre a minha.

Li recentemente no blog de uma mãe desapontada como ela planejou todo o parto e como tudo deu errado. Não pude deixar de pensar em como desapontei minha pobre mãe quando resolvi que as coisas não iam ser do jeito que ela tinha planejado.

Quando ela resolveu ser mamis, queria fazer tudo direitinho. Ela estava numa fase hippie-natureba e optou por um parto normal, de cócoras, sem drogas, com muito amor, pra criança nascer calminha. Fez yoga, fez curso, só comia comida natureba, tudo certinho.

Às duas da manhã ela sentiu algo estranho e foi na médica, que mandou ela voltar lá pelas duas da tarde. Então, a minha véia mãe foi fechar o jornal e às duas da tarde foi para a clínica (Segundo a lenda, ela foi dirigindo o seu próprio carro, provavelmente um fusqueta branco).

Era janeiro, chovia e nada de dilatação. Eu, que estava super encaixada nas três semanas antes do parto resolvi desencaixar. A médica tentou me encaixar à moda antiga, e, segundo minha mãe, foi a pior dor que ela já sentiu na vida.

Dez horas, muita dor e pouca dilatação depois, resolveram que eu tinha que nascer. No hospital mesmo, com drogas e com toda aquela coisa bem estressante.

Um ano e pouco depois, quando perdi a exclusividade de ser o bebê da família, mamis tentou de novo o negócio natureba. Tava indo tudo muito bem, quando num belo dia ela não sentiu o meu irmão se mexer na barriga. Tinha passado da hora e por alguma razão ela não teve contrações. Depois da correria, meu irmão nasceu direitinho, calminho, amarelinho e com um pouco de falta de água que ele tenta recuperar até hoje.

Seis anos depois mamis não desiste, mas o corpinho num aguenta e vai na cesária de novo. Mesmo depois de ter duas crianças adoráveis, que se estapeavam de vez enquando, mamis teve um pequeno ataque de pânico quando soube que meu outro irmão ia nascer naquele dia, um pouco mais tarde.

Mesmo com três monstrinhos, mamis nunca parou de trabalhar. Chorava de ter que deixar as coisinhas tão pequenas no berçário, muitas vezes não conseguida chegar na escola na hora (dia de fechamento é uma desgraça) e várias vezes levava os pimpolhos para fazer plantão (hoje o povo é mais muderno, mas naquela época qualquer pedaço de papel e lápis vermelho, daqueles de marcar foto, era uma alegria).

Com os pimpolhos crescidos, mamis sofre, telefona, abraça, beija, da uns gritos, fica com saudades, fica carente e pensa em pedir uns netos. Mas isso, mamis querida, só depois da Copa de 2014.