Saturday, October 31, 2009

Beatles, I Love

Depois de ver o Grand Canyon e comprar, comprar e comprar, chegamos ao último dia em Las Vegas e o último dia de viagem.

O final não podia ter sido melhor. Fomos assistir o Beatles Love, do Cirque Du Soleil.

Não precisa ser fã de Beatles pra gostar, mas ajuda, muito.

Na platéia muitos da idade dos meus pais, mas também muitos da idade dos filhos dos meus pais.
Sentamos em cima, num lugar semi-barato, e logo fiquei incomodada. Tinha muita cortina no caminho que poderia atrapalhar a visão. Mas isso vai sair quando começar o show, certo?
E o show começa, cordas, pessoas subindo nas cordas, Because tocando, som 5.1, caixinhas na altura da cabeça, outras na frente, e nada da cortina sair da minha frente. “Ai, num acredito que não vou ver nada”.
Because acaba e começa uma mistura de Get Back com The End. Nessa hora eu quase chorei, ridiculamente, de emoção. Isso sim é um bom começo para um show. Tenho que reconhecer que eles sabem fazer o negócio direito.
Como já tinha o CD há uns dois ou três anos, sabia toda a sequência de cor e, obviamente, não era a única. Quase todo mundo cantava junto com a música.
Não sei se foi porque o George Harrison começou essa história com o Cirque du Solei, mas nas
músicas dele percebi um “amor” a mais. Something tem quatro meninas penduradas por cabos dançando no ar e disputando um moço sem camisa (o moço sem camisa relamente era bonito). Em Here Comes the Sun o cheiro de incenso toma conta do teatro, uma bola iluminada sobe do chão trazendo quatro meninas em posição de lótus se segurando pelas pernas em quatro cordas.
Como elas se seguram só pelas pernas e braços lá em cima, você fica se segurando na cadeira para que elas não caiam lá de cima direto para um buraco que se abre no meio do palco.
Não preciso dizer que o véinhos e os nem tão véinhos vão ao delírio a cada música e cada coreografia e definitivamente vale a pena ir até lá pra ver ao vivo.

Put on my blue suede shoes...


Las Vegas é uma festa. As luzes deixam a rua ainda mais quente, toca música em todos os lugares e mesmo morrendo de cansaço, com os pés latejando, você não consegue simplesmente subir para o quarto de hotel e ficar lá, de pernas pra cima.
Como não gostamos de jogar e preferimos gastar nosso dinheiro em blusinhas, de dia o negócio é fazer compras, arrumar algum passeio, como o Grand Canyon, ou ficar am alguma festa nas piscinas do s hoteis, mas de noite... São vários shows, apresentações, bares e baladas.
Para a segunda noite decidimos uma coisa bem Las Vegas, fomos ao show da Cher, sim essa mesma, mais de 60 anos, cabelo preto, milhares de plásticas e botox, totally gay.
O show parecia o da Madonna, cheio de casais, mulheres e gays. Homem hetero sozinho, não vi nenhum, e olha que o show tava lotado.
Sentamos lá em cima, com senhoras e casais por todos os lados. Os gays estavam posicionados estratégicamente na fila do gargarejo, babando em cima da véia, que continua com TUDO em cima.
Numa certa altura do show, a música começou a ficar animada e nada de alguém lá no puleiro levantar pra dançar. Ficamos morrendo de inveja do povo da platéia, que estava quase toda de pé, então decidimos que ninguém conhecia a gente lá e o máximo que poderiamos ouvir era um “senta ai louca” ou um “sit down bitch”, como eles dizem na América. Levantamos, e não sentamos mais.

E as malas?


Não preciso dizer que compramos muita coisa e, por isso, cada uma se ajetou para carregar o que podia do jeito que podia.

Depois de mais de 15 dias passeando de carro, que possibilitava sacolas e sacolinhas espalhadas pelo porta-malas, pegamos um avião de São Francisco para Las Vegas. Eu com uma mala e uma mochila pesada e minha querida amiga com duas malas e uma mala de mão.

Chegamos cedo para poder dar tempo de devolver o carro, explicar sobre o acidente com o espelhinho do e tomar uma café da manhã tipicamente americano.

O voo foi tranquilo e deu pra sentir o calor do deserto mesmo antes do avião pousar.
Mesmo de cima e de dia, já deu pra notar que Las Vegas é uma cidade esquisita. Primeiro você vê um monte de nada depois você vê algumas casinhas simetricamente posicionadas, então você vê uma rua com um prédios espelhados, um castelo, uma pirâmide e uma torre.

No saguão do aeroporto tem um monte de caça-níqueis e telões com propagandas das atrações da cidade.

Chegamos na esteira e nossa mala estava demorando, uma delas veio e nada das outras duas.

Para explicar a tensão do momento tenho que voltar um ano. Minha querida amiga foi para Turquia e as malas decidiram ir passear em algum outro lugar. Depois de 3 dias, a amiga conseguiu achar a mala novamente, intacta. Desde então, toda vez que ela viaja de avião a tensão domina a pessoa, até que ela pegue a mala de novo no destino.

Alguns momentos de tensão depois, as malas realmente não vieram. Fomos calmamente, na medida do possível, falar com a moça da United, que não tinha nada a ver com aquilo, mas teria que receber a bronca em nome da empresa. Descobrimos que as nossas malas tinham ficado em São Francisco e que deveriam vir no próximo voo, dali três horas mais ou menos. Ficaram de entregar as malas no nosso hotel, no final da noite.

Pegamos um busão e fomos para o hotel. Como em São Francisco tava frio, estávamos de calça, como em Las Vegas estava 40 graus, mesmo de noite, morremos de calor o resto do dia.

Para a nossa sorte, onde há calor, há ar condicionado, então decidimos ficar “dentro” a maior parte do tempo.

As dez de noite voltamos para o hotel e para a nossa alegria elas estavam lá, uma preta com lacinho rosa e outra preta com lacinho preto e branco. Intactas, mas com um bilhete do governo americano, dizendo que por questões de segurança tinham arrebentado o meu cadeado e vasculhado a minha linda mala.

Fog não é só em Londres

De Monterrey fomos para São Francisco, mas no caminho demos uma paradinha rápida em uma das milhares de plantações de morango orgânico.

Algumas coisas merecem ser ditas sobre a Swanton Berry Farm:
1- o morango é uma delicia
2- o creminho branco não é chantili (é salgado)
3- o cheesecake é mais que delicia
4- o sistema “pague você mesmo” só funciona lá mesmo
5- ao usar o banheiro imagine que está na Idade Média e que aquilo é tudo super natural.

Depois do morango seguimos subindo até São Francisco, onde é o final, ou o começo da Califórnia 1.

No primeiro dia ventava muito e fomos até a ilha da Alcatraz visitar o antigo presídio. O passeio vale muito a pena e percebi que oa americanos conseguem transformar até presídio em Disney. Tem um tour com áudio, como nos museus, e quando você sai, tem uma lojinha, com milhares de objetos temáticos. Imã de geladeira do Al Capone, caneca de presidiário, sabonete de preso e até a chave da cela, tudo com o logo da Rocha.

Em São Francisco, venta, venta demais, para andar uma distância de dois quarteirões você sobe alguns metros e desce mais outros e, para a minha surpresa, tem um Fog inexplicável que cobriu só a Golden Gate.

Minha companheira de viagens queria tirar uma foto da ponte famosa, do Golden Gate Park. Ligamos o GPS e fomos até lá. O X indicava o local, mas, cadê a ponte? Sou meio perdida, por isso consultei um mapa, tentei me localizar no universo, procurei até uma bússola. Tudo apontava para a esquerda, mas a ponte não estava lá, só uma massa branca. Ficamos ali paradas, olhando e quando um vento bateu mais forte e pudemos ver um pedaço do pé da ponte.

Por causa do Fog, que cobria só a ponte, nossa foto da Golden Gate ficou diferente de todos os guias de viagem do mundo.

Monterrey e Carmel


Em Monterrey o ponto alto é o aquário, que tem um tanque gigantesco com sardinhas, peixes enormes e tubarões, nem tanto, todos vivendo em paz e harmonia. Chegamos relativamente cedo e ficamos espantadas com o valor do ingresso, quase 30 doletas. Por algum motivo bizarro, a mulher da bilheteria decidiu que nós, quase balzacas, éramos estudantes e pagamos pouco mais de 25 dólares. Coisas da vida...

O aquário era cheio de crianças algumas boazinhas e outras completamente loucas e descontroladas que corriam de um lado para o outro e batiam no vidro das pobres águas vivas, para que elas fizessem alguma coisa a mais do que só nadar lentamente.

Do aquário seguimos pra Carmel, uma cidade bonitinha e toda arrumadinha onde o Clint Eastwood foi prefeito e tem um restaurante, o Mission Ranch.

Como esse dia a gente tinha batido a cabeça, decidimos ir a pé do centrinho até o restaurante do Clint. A “vadia”, nosso GPS, disse que era rápido, mas esquecemos que ela marcava em milhas e não em quilômetros.

A Dolores Street era looonga e o bendito restaurante era no final dela.

Andamos muito e a fome só aumentava, mas estávamos tranquilas, afinal era um restaurante e tinhamos decidido que independente do preço iriamos gastar todo o nosso budget pra almoçar no restaurante do Clint. Qual foi a nossa surprise quando chegamos lá morrendo de fome, depois de andar praticamente uma NIKE 10, e a p. do restaurante estava fechado e só ia abrir algumas horas depois.

Respiramos fundo, tentamos não gritar, não brigar e pegamos a Dolores Street de volta, mais uma NIKE 10 ladeira acima.

Califórnia 1

Saindo de San Simeon pegamos a parte mais bonita da Califórnia 1. Ela tem duas pistas e vai acompanhando toda a costa. As vezes a estrada fica mais estreita e sinuosa e outras vezes parece mais larga. Como tem a opção de ir pela Highway, quem pega a Califórnia 1 normalmente está em outro clima.

Pela estrada vimos muito motorhome, algumas banheiras alugadas como a nossa, vários Mustangs e muitas, mas muitas, motos. Normalmente eram grupos de homens por volta de 50 anos e alguns levavam as esposas na garupa. Os “tios” motoqueiros eram sempre muito simpáticos, buzinavam, acenavam e até faziam pose se você apontasse a camera para tirar uma foto deles.

No caminho tem vários mirantes e parar em todos chega a ser chato. A vista realmente era melhor se estivessemos vindo de São Francisco, mas a gente deu um jeito de apreciar a paisagem mesmo assim.

Em uma das paradas um motoqueiro se aproximou e perguntou se poderíamos tirar uma foto dele. Como estavamos viajando em duas e nunca apareciamos na mesma foto juntas, simpatizamos com a dor do rapaz, que ficou feliz que em conhecer duas brasileiras, já que ele adorava Choro Music. Como chorinho não é o meu forte, não pude ajudar o rapaz com indicações super legais, mas lembrei de algumas conversas do meu pai sobre isso e soltei uns três nomes pra ele procurar na internet e, segundo ele, em uma loja de discos muito legal em Berkeley.
Por volta das três da tarde, nossa hora de almoço habitual, paramos no Nepenthe, um restaurante com uma vista maravilhosa que serve o X-Burger mais caro e mais gostoso da América.
Dizem que Orson Wells e Rita Hayworth moraram na casa onde hoje funciona o restaurante, mas o dono diz que não foi bem assim. Eles ficaram hospedados por um tempo, fizeram planos para comprar, mas nunca mais voltaram ali.

O castelo do seu Hearst

Passamos em San Simeon para conhecer o famoso castelo do seu Hearst, William Raldolph Hearst, que foi um mega empresário dono de jornais e revistas. Foi nele que o Orson Wells se inspirou para fazer o Cidadão Kane.

Chegamos para o nosso tour no castelo, semi-cedo, ou seja acordamos em um horário quase aceitável para as férias, e antes de pegar o busão que levou a gente morro acima decidimos aliviar a larica do dia anterior com deliciosos cookies (nada que se compare aos cookies maravilhosos no M&S ou do Ben’s, mas tava valendo).

Compramos os cookies e a senhora que nos serviu estava cantarolando alegremente, “I love the nightlife, I got to boogie on the disco ‘rounnnnddddd, yeah”. A resposta ao nosso olhar de surpresa foi uma risadinha simpática da velhinha, que deu os saquinhos com os cookies e me disse que no meu tinha colocado dois porque um estava quebrado. Minha cara de “gordinha” me entrega quase sempre.

Entramos no busão que leva até o castelo no alto do morro e no caminho uma gravação ai contando um pouco da história do castelo e do seu dono.

Para construir o Hearst Castle, William Hearst contratou uma arquiteta chamada Julia Morgan, que aguentou as loucuras dele por nada menos do que 28 longos anos. Segundo a guia ele mudava o projeto toda hora, sempre que encontrava alguma coisa legal ele comprava, mandava entregar no castelo e pedia para a arquiteta inventar algum lugar para colocar a peça. A piscina de fora, com inspirações gregas, teve mais ou menos 5 reformas até ficar do jeito que ele queria.

O castelo servia para receber os amigos e gente ligada a cinema, teatro e artes em geral. Além da casa grande, das duas piscinas (uma interna e outra externa) e de uma mesa de jantar maior ainda, ele tinha um cinema e um zoológico particular. Como tudo era longe, tudo que se comia no castelo era produzido lá e todas as manhãs o seu Hearst recebia TODOS os jornais.


Depois da morte de Hearst, a familia decidiu doar o castelo para o estado, mas colocaram uma condição. Que eles, a familia, poderiam continuar usando a piscina do castelo quando quisesse. Alguém tem o telefone da familia Hearst?

Posto self service e larica de Danish Roll

De Los Angeles fomos para Santa Bárbara, uma cidade universitária de praia bem bonitinha e com muita influência mexicana, como quase tudo na Califórnia. Antes disso paramos num posto de gasolina para abastecer a nossa banheira.

Como lá não tem frentista, é você mesmo que coloca gasolina no carro e tudo funciona num estilo um pouco lusitano de abastecimento. Primeiro você paga um tanto pra um tio com cara de poucos amigos que fica na loja de conveniência (eles SEMPRE tem cara de poucos amigos), depois liberam a bomba, você escolhe qual a qualidade de gasolina que você quer colocar e abastece o veículo com o valor que você escolheu, sem ter a menor idéia se vai conseguir encher o tanque. Ah!! Detalhe. Lá não se calcula gasolina em litros e sim em galões. Não preciso dizer que a confusão foi boa e poder voltar pra casa e dizer “Tio, completa aí!” nunca foi tão bom.

Depois de abastecer o carro seguimos para a próxima parada, uma cidadezinha com colonização dinamarquesa chamada Solvang. Minha tia tinha ido pra lá há alguns anos e indicou alguns docinhos dinamarqueses. Todos os guias, sites e afins diziam que os doces eram uma delícia e fomos pra lá com a maior larica de danish roll da história. O que ninguém disse é que tudo fecha cedo naquela cidade e cedo quer dizer que quatro da tarde está tudo fechado, inclusive as 8987 padarias que vendem os maravilhosos danish rolls.

Passeamos um pouco pela cidade fantasma e decidimos seguir viagem, sem danish roll, mas ainda com a maldita larica que só fomos matar alguns dias depois.

Friday, October 30, 2009

O incrível caso da escova de dentes voadora


Chegamos em Los Angeles de noite. Nosso hotel ficava num lugar esquisito cheio de japoneses e de placas que não conseguíamos entender. Depois descobrimos que estávamos em Korea Town, ou coisa assim.

Na recepção do hotel eram todos japas, ou coreanos, ou orientais, e naquele dia tinha um casamento de um cara com nome cheio de “W” e uma moça cheia da “X”.
No primeiro dia quisemos fazer o básico turístico, ver as casas dos famosos. Fomos em duas e percebemos que eu mesma poderia fazer as casas dos famosos do Campo Belo, é só escolher um endereço, um nome famoso e colocar no mapa.
Desistimos daquela coisa de gente famosa e fomos comprar... tô brincando, fomos passear.
Los Angeles é uma cidade esquisita, grande, espalhada, mas cheia de coisa pra fazer, até as 22 horas, pelo menos.

Um dos lugares mais bonitinhos e gostosos de passear é o Farmer’s Market, que tem várias lojinhas, restaurantes e uma praça, que no dia que estávamos lá tava passando um filme antigo num telão ao ar livre.

Duas coisas legais para visitar pela arquitetura são o Walt Disney Concert Hall, feito pelo Frank Gehry, o mesmo do Guggenheim de Bilbao e o museu Getty, que fica no alto de uma das colinas de Los Angeles.

No último dia marcamos a visita aos estúdios da Warner as 8:20 da matina e não precisa dizer que o dia começou bagunçado.

Acordamos muito cedo para os padrões de qualquer ser humano de férias e eu, no meu incrível bom humor matutino, fui escovar meus lindos dentinhos. Eis que a escova de dente sai voando da minha mão, não sei porque, e bate no móvel. Eu, em câmera lenta, previ o terrível resultado daquele acontecimento e sofri. A escova bateu aqui, bateu ali e foi direto parar no fundo do vaso sanitário. DELÍCIA!!!!

Como estava sozinha no banheiro, respirei e tentei esboçar uma reação blasé, mas num deu. A minha querida amiga tinha visto tudo pelo reflexo do espelho da porta do armário e já estava rolando de rir da minha cara.

Passado o trauma matinal entramos no carro e ligamos o GPS. Não preciso dizer que fomos para o lugar errado, já que o estúdio não ficava em Los Angeles e sim em Burbank, que, para a nossa surpresa, não era um bairro e sim uma outra cidade.

Chegamos atrasadas, meios esbaforidas e entramos no estacionamento. A motorista, que não era eu, foi estacionar na vaga do lado do único carro estacionado ali (ou praticamente o único). Foi quando eu ouvi um barulho. Sim, a mulher do carro ao lado abriu a porta e o nosso espelhinho sofreu irreparáveis avarias. Ficou como os espelhinhos ficam na 23 de maio depois que passam os motoboys.

Passado o segundo trauma do dia entramos no estúdio e conseguimos udar o horário do tour.

O tour foi um capítulo a parte. Vimos onde era gravado o ER e o True Blood, vimos o museu dos carros, com o batmóvel velho, o novo e o Grand Torino original. Entramos no estúdio do Two and a Half Men, um dos meus preferidos, e do Mentalist, que nunca assisti um capítulo inteiro. No site eles dizem que o tour nunca é igual, já que depende dos estúdios estarem liberados, mas uma coisa que acontece em todos os tours é a visita no Central Perk, sim o café do Friends.
Saímos da Warner direto para os estúdios da Universal, que teve encontro com Norman Bates em pessoa, com cara de louco, Bates Motel e corpo no porta malas do carro.

Thursday, October 29, 2009

Vortei...

Esse ano decidimos explorar a América. Eu e a minha companheira de viagem de quase sempre, fomos passear pela costa oeste dos Estados Unidos, mais precisamente na famosa Califórnia 1, com uma paradinha estratégica em Vegas, baby.

Toda a preparação durou uns meses, um monte de pesquisa, trocas insanas de e-mails, um planejamento alemão, com planilha, e muita reza pra não perder as malas (um trauma da minha querida amiga, que explico depois).

Depois de mais de 10 horas de vôo, finalmente chegamos em Huston, Texas e assim que saímos do avião ficamos quase uma hora na fila para entrar na América.

O officer vasculhou a minha vida com um monte de perguntas. Tive que falar qual foi a última vez que estive lá, nome da mãe, nome do pai, nome da tia-avó de segundo grau da prima da minha mãe, pra onde eu ia, pra onde eu não ia e quanto de dinheiro que levava comigo. Depois disso ainda tive que garantir que não ia entrar na América com nenhuma coisa ilícita e nenhuma semente.

Quatro horinhas básicas no aeroporto de Huston, que acabamos conhecendo melhor que o Tom Hanks naquele filme, finalmente embarcamos para San Diego.

Chegando em San Diego, fomos buscar o carro e o GPS, que foram carinhosamente batizados de banheira e vadia, respectivamente. Até nos entendermos com a “vadia” levou um tempo. Foi um tal de vira pra lá, vira pra cá, recalcula daqui, recalcula dali, mas sempre acabavamos chegando. Aliás, a palavra que mais ouvimos da "vadia" foi "recalculating...".

Como é próxima do México, e costumava ser México, quase todos os pontos turísticos e bairros da cidade tem nomes em espanhol. Em alguns lugares, principalmente no Balboa Park, parece que o Zorro vai aparecer a qualquer momento. E sempre rezávamos para ser o Zorro Antonio Banderas.

Em San Diego fomos ao Zoológico e visitamos duas praias muito legais, Pacific Beach e La Jolla, que se pronuncia La Róia (a jóia), mas batizamos carinhosamente de La Rôla.

Foi em San Diego também que começamos a gastar nossas doletas com artigos diversos e muito úteis como vestidos, camisetas, blusinhas, casacos, calças, sapatos, canecas. Como se compra na América!!!

Um dia à noite fomos até a Bloomindale’s comprar uns cremes e conhecemos a vendedora mais engraçada da América, que batizamos carinhosamente (como sempre) de Sweetheart. De 4 palavras que ela fala 3 eram “sweetheart” e a outra era “darling”. A mulher, que tinha boca de botox e claramente adorava as novas tecnologias em cremes e pequenas cirurgias, adorou os cremes que compramos para uma amiga e decidiu anotar o nome para pedir uma receita pro médico dela. Ela era tão louca e foi tanto com a nossa cara que despejou 800 amostras grátis de perfumes variados na nossa mochila.

No último dia, antes de ir para Los Angeles, fizemos uma parada estratégica na Disney. As filas estavam relativamente pequenas e como o parque é menor que o de Orlando, conseguimos ir em todos os brinquedos que a gente queria, até nos chatos, do tipo como as pessoas de 1975 achavam que mundo seria futurista em 2001.

O mais legal disparado foi o brinquedo do Indiana Jones. Ao contrário do brinquedo da Disney de Orlando, nesse você entra num jipe e vai sacolejando pra lá e pra cá por várias situações dos filmes. Tem bonecos do Harison Ford com a voz do próprio falando coisas dos filmes e, sim, aquela bola gigantesca vem descendo ao encontro do jipe, e na hora que vai bater....