Tuesday, June 19, 2007

Any Given Monday

Ontem foi um dia meio marrom.
Estava de TPM (ainda estou), acordei atrasada, esqueci de pegar a toalha, o chá tava ruim (isso é normal, mas as vezes me esqueço), as horas não passavam, o trabalho tava chato, o papo do almoço foi pesado, as pessoas não estavam me respondendo os e-mails, enfim, uma segunda feira normal.
Mesmo achando que não era uma boa idéia fui para a aula de inglês. Tinha perdido algumas aulas e achei que era necessário, mesmo com a preguiça que tomava conta do meu ser.
Dei três voltas no quarteirão para arrumar uma vaga. Uma vaguinha bem mais ou menos perto de uma lixeira.
As 18hs em ponto entra o professor. Um escocês que está sempre de colete de couro, é bem calvo (pra não dizer careca), usa rabo de cavalo e quando fala lembra o ator Dana Carvey (aquele que fazia o amigo do Wayne em Quanto Mais Idiota Melhor).
"Just you today, Tatiana", diz ele com a dificuldade habitual de falar o "ti" e o "ana". "Devia ter ido pra casa dormir, mas já que to aqui...", pensei, mas não falei para não ferir os sentimentos do professor.
Ao invés de aula, nós conversamos. Pedi umas dicas de literatura, falamos da Inglaterra, da Irlanda, da Guinness, da Suécia, da Dinamarca, de St. Patrick, da Escócia, de sotaques, de Alice, de palavras, de Shakespeare, de Oscar Wilde, de James Joyce, de direitos autorais e de Bloomsday (que foi sábado dia 16).
Estava quase de saída e,"Do you have 30 seconds?", "Putz!!! Já perdi a Yoga mesmo, vamos lá...", pensei, mas não disse.
E ele começou a escrever. No começo achei que era uma expressão, mas ele escreveu, por 30 segundos, muitas letras seguidas sem nem um espacinho. Parava, contava, escrevia. Parava, contava de novo e adicionava mais uma ou outra letrinha.

H-I-P-P-O-P-O-T-O-M-O-N-S-T-R-O-S-E-S-Q-U-I-P-P-E-D-A-L-I-O-P-H-O-B-I-A

"Guess! There's nothing to do with hippopotamus' phobia". "Well, that was my "kick"! Could be something to do with monsters?", isso eu disse.
Três minutos e muita besteira depois ele me disse...
"People who's afraid of long words. How ironic is that?"

A mais pura verdade...

CAPRICÓRNIO (22/12 -- 19/1)

COMO REZA ANTES DE DORMIR:
"Querido Pai, eu estava indo rezar, mas acho que devo descobrir as coisas por mim mesmo. Obrigado de qualquer forma."

ATRAVESSANDO A RUA:
Por que o Capricorniano atravessou a rua?
Porque foi pechinchar nas lojas do outro lado.

ADESIVOS DOS SIGNOS:
"Tenho tudo que amo, e trabalho muito para ter mais ainda"

FRASE DE CADA SIGNO:
HOJE assumi o cargo de vice-diretor de uma empresa que ORGANIZAREI, e será sucesso daqui a 10 ANOS.

COMO IRRITAR:
Organize tudo para que se sintam inúteis. Lembre-os de sua baixa posição social. Embarace-os em público: Faça escândalos, berre com eles. Deixe-os esperando, Nunca chegue na hora marcada.

Como assim não toma café?

Pois é, não tomo. Não gosto. Não tenho a menor vontade de gostar. Não me apetece, a não ser que venha coberto de chocolate.
Para uma brasileira, paulistana e jornalista, isso é quase um pré-requisito. Em todo lugar te oferecem um café, alguns já vão trazendo a xícara cheia, sem avisar. “Açúcar ou adoçante?”. “Não tomo café. Obrigada”. Então, a pessoa olha com aquela cara de interrogação tira a xícara da sua frente e oferece ... uma água.
Não gostar de café já me colocou em algumas saias justas. Uma vez fui até o sítio de um violeiro no interior de São Paulo e a mulher dele, muito simpática, nos ofereceu um café e bolo de fubá (outra coisa que não me apetece muito). Fiquei morrendo de vergonha depois de dizer que não tomava café e acabei comendo não só um, mas dois pedaços BEM generosos do bolo de fubá.
A frase “Vamos tomar um café”, também já me deu um pouco de dor de cabeça. Para muitos ela só quer dizer “Vamos dar uma volta e conversar”, mas para alguns ela realmente quer dizer “Vamos tomar um café”. Uma vez, um amigo empolgado com um “Vamos tomar um café”, me levou num lugar que vendia 876 tipos de café diferentes. Então, ele começou a falar de como o café queniano é isso e o café da África do Sul é maravilhoso. Gastou a lábia com seu “profundo” conhecimento sobre o assunto, quando, com a maior cara de tacho soltei, “Eu não tomo café”. Silêncio. Dez eternos segundos de silêncio. “... mas eu aceito uma água, um chá, uma coca light e até um bolinho de fubá”.
Quando trabalhava com produção a parte mais engraçada era fazer café para a equipe ou mesmo para os coleguinhas. Como uma pessoa que não gosta de tomar café pode fazer? Pois é. Faço. E não é de todo ruim. Vou pela cor. Quanto mais pretinho e menos cara de água suja melhor. Nunca reclamaram.
Muitas vezes as pessoas pedem café por impulso, por puro costume. Meu tio, que me viu nascer, que é meu padrinho e que tinha acabado de ouvir todas as histórias sobre não eu gostar de café chegou no balcão e soltou, “Dois curtos por favor”.