Saturday, August 27, 2011

Luca e o universo feminino


Sábado é o dia internacional de dar um tapa no visual e hoje não foi diferente.

Estava depilando quando uma mulher e seu filho de 4 anos, o pequeno Luca, entraram na cabine ao lado da minha. “Minha mãe está com um monte de pelos”, foi anunciando o menino. “Não tinha com quem deixar e trouxe ele comigo. Você vai ficar quietinho aí, né filho?”

Entre uma puxada e outra… “Mãe, por que você tá pulando e fazendo careta?”, “Porque é legal filho.  A tia adora que eu faça careta pra ela. Faz careta pra ela também”.

Enquanto a mãe sofria, o menino cantou a música de abertura do Backyardgans, recitou uma poesia no melhor estilo batatinha quando nasce e, um pouco intrigado, soltou: “Mamãe por que você faz isso?”. A mãe, paciente, explicou que tinha muito pelo, que era feio e que ela queria ficar mais bonita para o papai. 
  
Desci pra fazer a unha. Não demorou muito Luca e sua mãe também desceram. Ela acomodou o menino na poltrona e pediu que ele a ajudasse a escolher a cor do esmalte. O menino escolheu um rosa chiclete bem berrante. Segurando o rosa em  uma mão e um azul royal em outra, disse: “Esse é de menina e esse é de menino, né? Coloca esse.”.

A mãe, claramente detestou a cor e tentou. “Esse não filho, escolhe um mais clarinho…”, “Eu quero esse. Esse é rosa… de menina”, argumentou o pequeno.  A mãe se rendeu, “Mas só na mão. No pé a mamãe vai passar um branquinho, tá?”.

“Por que você tá raspando o pé da minha mãe?”, “Pro meu pé ficar mais lisinho e mais bonito, filho. Depois ela vai passar um creme, vai cortar a unha e pintar com esse branquinho aqui”. O menino protestou mais uma vez dizendo que queria o tal esmalte rosa chiclete, mas a mãe conseguiu negociar e acabou pintando só a mão com o esmalte ”de menina”.

Entre uma fofoca de novela e outra o telefone da mãe tocou e o pequeno Luca atendeu. “Oi papai... é... tô aqui com a mamãe... aqui no cabelelero... é. Ela tá ficando bonita pra ficar com você… aí em casa!!”

Thursday, April 21, 2011

Já vorto...

Mais uma vez as férias chegaram e eu, como sempre, inventei uma viagem mirabolante. Uma viagem que estava programada para o ano passado e, por uma obra do destino, ficou pra este ano.
A companheira de viagem mudou, mas minha nova cia, apesar de não gostar de museus, esta se mostrando tão divertida quanto. (Man, ainda te amo, e espero que a gente viaje muito mais vezes juntas, mas desta vez num deu, né...)
Este ano o destino é os EUA, mas ao invés da Costa Oeste, que eu recomendio muitio, vamos pro outro lado...
Té mais...

Peixe Grande

Tem dias que sinto saudades do meu avô. Hoje foi um deles.


Tava procurando um filminho e me deparei o DVD de um show do Enio Morricone, o último que ele assistiu, quietinho, antes de ser internado no hospital para não sair mais.

Meu avô não era bolinho. Era teimoso, só fazia o que ele queria, como ele queria. Não falava muito, não reclamava de dor, nunca tomava remédio e andava devagar por conta de um acidente mal cuidado. Quando ele era jovem quebrou vários os dedos dos dois pés e, com medo do pai (meu biso), calçou os sapatos, agüentou a dor e nunca tratou do problema direito. Acabou com os dedos tortos para sempre.

Como eu fui a primeira neta do lado da minha mãe e estava sempre na casa ou no sitio deles, acabei convivendo mais com ele do que com o meu outro avô (mesmo porque ele acabou falecendo quando eu tinha 8 anos).

Muitas lembranças da minha infância são de quando a gente ia tomar sorvete, quase sempre de pistache. De como ele adorava chocolate, de como ele sempre estava de calça social, camisa e sapato (até na praia), de como ele estava sempre trabalhando ou consertando alguma coisa no sítio, da paciência quando ele me ensinou a dirigir e do barulho das 87679 chaves no bolso dele quando ele andava, naquele ritmo só dele.

Quando ele começou a dar os primeiros sinais de que estava doente chegava a ser engraçado. Ele sempre tinha uma história mirabolante pra contar e quase sempre era algo que tinha acontecido com ele ou por causa dele.

No seu último aniversário ele já estava mais calado do que nunca. Como ele estava numa fase chapéu, dei um boné escrito “Vô”. Mesmo não falando muito, sei que ele adorou, já que sempre que estava sem ele, queria saber onde estava o “boné do vô”.

Segundo a minha mãe, a última vez que ela ouviu o meu avô dar risada foi quando eles lembraram de como eu, super barbeira, derrubei um murinho porque não consegui apertar o freio do carro a tempo.

Como ele não ficou na UTI, como a minha avó, consegui ir visitá-lo mais vezes no hospital. Uma dessas vezes fiquei umas 2 horas com ele no quarto conversando... quer dizer eu falando e ele lá, como se estivesse ouvindo. A última coisa que falei para o meu avô foi “Vô, quando você melhorar vou trazer um chocolate dos bons pra você, beleza?” Espero que do lado de lá ele esteja comendo um monte deles...

Monday, March 28, 2011

A grande reforma de 2011

Desde as grandes enchentes de 2010, quando meu quarto inundou 3 vezes por conta das chuvas, preciso dar um trato no cafofo. O teto azul marinho já tinha me enjoado e o carpete já estava descolado por causa das inundações.

Como nenhum reality show de decoração quis vir aqui em casa, resolvi pegar algumas Casa Claudia (da coleção infinita de revistas de decoração da minha mãe) e comecei a ter idéias mirabolantes para a mudança, tudo dentro de um budget bem econômico.

Decidi me livrar do teto azul marinho e pintar uma parede de berinjela, pelo menos era a cor que eu achava que queria. Comprei 4 amostras e pintei uns pedaços no meu quarto. Conforme o tempo ia passando, fui desistindo de todas as cores. Nenhuma delas era a cor que tinha visto na revista.

Depois de um mês o pintor deu sinal de vida e, no primeiro dia da minha conjuntivite, ele começou a trabalhar. Não preciso dizer que ele não poderia ter escolhido dia mais atrapalhado...

Cinco dias e uma conjuntivite depois, minha parede cor de açaí, como definiu um dos meninos da banda, ficou pronta. Inacreditavelmente ficou da cor que eu tinha visto na revista, nem tão roxa, nem tão rosa, não muito escura, nem muito clara, vai entender...

Com a conjuntivite controlada fui resolver o carpete e qual foi a minha suprise quando o low budget virou um investimento mais caro do que eu imaginava. Depois de muita conversa, cheguei num acordo e parcelei em vezes, muitasss vezes.

No sábado foi o dia de pintar o armário a la “Do it Yourself”. Para isso convoquei meu tio e handy man extraordinaire, que veio com as ferramentas, uma furadeira, uma lixadeira e muito jeito pra bricolage.

Não tinha noção da quantidade de roupas que tenho até ter que tirar tudo de dentro dos armários. Aproveitei para fazer uma super limpeza...

Começamos cedo. Eu lixando as portas da varanda e o tio, na lixadeira, ficou responsável pelo armário. Minha mãe se juntou a nós um pouco depois e enquanto a gente pintava as portas do armário, eu sem jeito e meu tio com toda a sua expertise, minha mãe terminava de lixar a porta da varanda.

Quando o primeiro dia da obra acabou eu tinha respingo de tinta e poeira até na orelha. Depois de um longo banho, fui comer um hamburguinho e tomar uma cervejinha, porque eu mereço.

No dia seguinte o negócio começou mais tarde, porque era domingo. O tio ficou responsável pela segunda demão do armário e das portas. Eu baixei o Daniel San que existe em mim e fui passar verniz nas portas da varanda. Desta vez sem dedos grudados.

(ficamos numa longa conversa sobre a origem da palavra “demão” e não chegamos a lugar algum, Alguém sabe?)

Várias horas depois finalmente terminamos. Hoje o moço do carpete veio instalar minha nova aquisição e amanhã finalmente sairei do acampamento que, graças as minhas reclamações pelo blog, agora tem tv a cabo.

Friday, March 25, 2011

Roubada é comigo mesma

Essa semana estava contando para a Mari, namorada do meu primo, da minha super aventura no Farol de Santa Marta. A história é tão bizarra que vale a pena o post...


Tudo começou como mais uma viagem tranquila de carnaval, se é que as viagens no carnaval podem ser tranquilas...

Eu, minha amiga oficial de viagens e mais duas amigas decidimos ir para o Farol de Santa Marta. Coisa simples. Passagem de avião pra Floripa, de lá pegaríamos um busão para Laguna e outro que atravessa para a ilha. Mas ninguém contava com a nossa astucia para transformar uma coisa simples numa mega aventura cheia de roubadas. Pra variar.

Até Floripa tudo certo, mas chegando lá ouvimos que tinha problema na estrada e que a viagem até Laguna estava demorando mais que o dobro do tempo. Minha querida amiga, que não queria perder nenhum momento de sol, nos convenceu que seria melhor passar o dia em Floripa e pegar o busão para Laguna de noite.

Nos trocamos no banheiro da rodoviária, coisa digna do Cirque Du Solei, pegamos um busão e fomos para a praia. Decidimos ir pra uma praia que diziam ser lindíssima, mas assim que chegamos notamos vários homens lindos, sarados, bronzeados... todos gays. O negócio foi tomar sol, uma cervejinha gelada e admirar a paisagem mesmo.

No fim da tarde voltamos para a rodoviária e, sem banho, pegamos o ônibus pra Laguna. Chegamos em Laguna tarde e, como tinha chovido muito naquela semana, não tinha mais como chegar no Farol naquele dia. O único jeito era esperar o primeiro ônibus do dia seguinte.

Na rodoviária conhecemos o Guga, um fotógrafo/surfista que estava voltando do Farol e não tinha conseguido ônibus de volta para Floripa.

Partimos então, nós quatro e o nosso novo melhor amigo, atrás de um lugar pra ficar até o dia seguinte. Como a cidade estava lotada (nenhuma de nós sabia que o carnaval de Laguna era tão popular), o quarto mais barato que achamos custava quase o preço que pagamos pra ficar todos os dias no Farol.

Depois de muito passear de taxi pra lá e pra cá, nosso novo melhor amigo lembrou que tinha um amigo que tinha uma casa em Laguna e, talvez, pudesse nos abrigar. Paramos o taxi na frente da casa do tal amigo e o Guga desceu para contar a nossa história triste. O amigo se comoveu com a nossa dor e nos abrigou num dos quartos da casa.

No dia seguinte seguimos para o Farol e, quando pensávamos que o pior tinha passado, um carro com 500 quilos de alto falantes para em baixo da nossa janela e liga o som “Quando ela me vê. Ela mexe. Piri pipiri pipiri piri piri pirigueti. Rebola devagar. Depois desce. Piri pipiri pipiri piri piri pirigueti.” . De lá, ele só saiu na quarta-feirta de cinzas.

Thursday, March 24, 2011

Modelo, atriz, cantora e jornalista...

Não, não é o currículo de uma ex-BBB, sou eu mesma...


Quem melhor do que eu para queimar o meu próprio filme.

Quando eu era uma criança de poucos anos, uma amiga da minha mãe me convidou para participar de um editorial de moda praia da revista Claudia. A minha carreira promissora de bebê Johnson (sim, eu era um bebê gordo e lorinho), terminou no mesmo dia que começou.

Segundo a minha mãe, eu dei tanto trabalho pra tirar as tais fotos, com um maiô do Mickey super chique, que ela desistiu de me levar para outra sessão. No final, mesmo com uma cara de emburrada e vários dedos na boca, a minha foto foi capa do editorial.

Alguns anos depois do fim da minha carreira relâmpago de modelo, decidi ser atriz. Uma carreira que durou uns 3 ou 4 anos.

Na oitava série resolvi entrar para o grupo de teatro do colégio e acabei ficando até o último ano do colegial. Fui Branca de Neve, presidiária, bruxa, antífola de Siracusa, Catarina (a megera) e Maria Joana (a beata doida).

Era tudo muito divertido, até que chegou uma hora que tinha que decidir se era sério ou se ia ficar só na brincadeira. Decidi que a carreira era muito complicada pra quem não ia levar tudo tão a sério. E depois de uma última tentativa no segundo ano de faculdade, que modéstia a parte foi sucesso de crítica, desisti definitivamente.

Na mesma época do teatro, uns amigos me convidaram para ser backing vocal de uma banda que só ensaiava e nunca se apresentava. Como sempre tinha um componente da banda faltando éramos o Almost Five.

Com a saída do cantor, que foi fazer intercâmbio nos Estados Unidos, assumi os vocais. Minha vergonha para cantar em público era (e ainda é) tanta que adorava o fato de só ensaiar. Depois que a banda acabou continuei cantando no carro, com o som bemmm alto.

Na faculdade iniciei minha carreira de produtora que, apesar de não ser uma das coisas mais agradáveis do mundo, é um mal necessário para qualquer pessoa. Como produtora você aprende a pensar no todo, prever problemas, organizar a bagunça e a lição mais importante da vida.... Nunca deixe a equipe com fome, sempre tenha algo comestível na bolsa (junto com a fita crepe).

Depois da fase produção (odeio ser chamada de “produção”!!) resolvi que deveria usar mais o meu cérebro e decidi virar jornalista. Não sei bem se decidi virar, porque no fundo sempre fui. 

Por um golpe do destino, a futura Tatiana Thompson Capote Wolfe virou assessora. Vai entender...

Wednesday, March 23, 2011

ConjuntiVitta

Na madrugada de domingo para segunda acordei com uma pressão, perto do insuportável, no olho esquerdo. Senti o olho inchado e pensei que fosse alguma reação alérgica. Coloquei a mão no rosto e nada de inchaço.


Tomei coragem, levantei da cama e fui olhar no espelho. Quando vi meu reflexo, assim meio embaçado (estava sem óculos). Logo pensei... Conjuntivite, really!!!

Pois é fui a premiada...

Na manhã seguinte dei a boa notícia para o meu chefe e tentei marcar um médico. “Três horas de espera no mínimo”, me disse uma, “Não estamos mais atendendo hoje (às 10 da manhã!!!)”, me disse outra.

Apelei para os amiguinhos do meu pai e um deles, oftalmo de Jundiaí, conversou longamente comigo pelo telefone e me deu algumas instruções. Fui fazendo o que ele mandou até conseguir a consulta, com um médico do convênio, no dia seguinte.

Na segunda à noite chegaram os amiguinhos do meu irmão, a banda. Um deles entrou no meu banheiro e, assim que ouvi a porta bater, tive que dar a má notícia. “Não usa minha toalha de rosto senão vai sobrar pra você”. Assim que ele ouviu começou a coçar o olho, mas até agora não fui competente o bastante para passar conjuntivite pra nenhum dos quatro.

Para piorar o pintor começou a trabalhar no meu quarto na segunda à tarde e eu, que ia ficar bem longe da bagunça, estou no meio dela. Consegui montar um acampamento até que decente no quarto do meu irmão e a banda se amontoou no outro quarto. Meu guarda-roupa ficou bloqueado por quase toda a semana e, até o momento, estou sobrevivendo com uma calça jeans, uma calça de moletom, duas camisetas, um casaquinho, um tênis e um chinelo. Super sexy.

Na terça fui ao médico e tive a verdadeira noção do tal surto que só ouvia falar na TV. A sala de espera estava lotada de gente, 99% com os olhos vermelhinhos. Algumas, devo confessar, estavam muito pior que eu. Tinha duas mães com suas respectivas filhas todas com olhos vermelhos. Tinha alguns homens, mulheres e até crianças bem novinhas, todas na base do óculos escuro. Eu, como uso óculos de grau (somente quando muito necessário), não tinha como disfarçar o meu estado.

Quando cheguei as atendentes estavam dando no mínino 3 horas de espera para os casos de emergência (lê-se conjuntivite). Depois de um tempo já pediam para voltar no dia seguinte. Como eu tinha hora marcada, não demorou muito e fui atendida. Em menos de 5 minutos eu estava de volta no corredor com uma receita na mão. Não sei nem se valeu a pena ter ido até lá e, para falar a verdade, fiquei com medo de piorar a minha situação, mas em todo caso...

Voltei pra casa e continuei no acampamento (que só pega a rede Globo), no home office (uma das melhores invenções do mundo moderno, ou não), lavando a mão de 5 em 5 minutos, com o pintor (que continua bloqueando o guarda-roupa) e a banda (que se mostrou mais silenciosa e agradável do que a obra em frente de casa).

Friday, February 11, 2011

Tirinta!!!


Há uns dois anos espero ansiosamente pelos trinta. Os assustadores 3.0.

No dia 5, quando o relógio marcou 23:59, finalmente tinha chegado a minha hora.

Qual foi a minha surprise quando... nada aconteceu, nada mudou. Dormi, acordei, fiz festa, bebi, quase coloquei fogo na casa com tanta vela num único bolo, dormi de novo, acordei de novo, comi o que restou dos brigadeiros da festa, dormi, acordei mais uma vez.... NADA.

Na verdade minha crise dos trinta foi um 29 bem atrapalhado. Um ano que passou que nem um furacão e deixou minha vidinha de cabeça pra baixo.

Logo no começo do ano decidi que não agüentava mais ficar no emprego que eu estava. Procurei, mandei currículos pra todo mundo e mudei. Em julho minha avó foi pro céu e na semana seguinte um grande amigo se juntou a ela lá em cima. Alguns meses depois mudei de trabalho de novo e, mesmo chateada, percebi que mudei pra melhor, muitoooo melhor. Em outubro meu avô querido foi se encontrar com a minha avó lá em cima.

Enquanto o ano passava eu tinha um mantra... Vai Saturno, sai desta casa que não te pertence!!!

Acho que Saturno finalmente me deixou, bem a tempo da festa mais animada de todas.

Fazer aniversário em janeiro tem algumas particularidades. Muitas pessoas estão de férias e/ou viajando e simplesmente esquecem que dia é aquele. Por isso nas minhas festas, quando elas acontecem, nunca se sabe se vão aparecer 5 ou 45 pessoas.

Neste ano, pra minha felicidade, foi o ano dos 45.

45 abraços, 45 beijos, 45 e-mails de amigos que estão fora do país mas mesmo assim não esquecem de mim e 45 presentes que eu adorei....

Wednesday, October 06, 2010

15 anos depois....

É minha gente, há 15 anos eu já podia ir em shows desacompanhada de um adulto responsável...

No momento estou aqui me preparando para ir ao show do Bon Jovi, mais uma vez.

Há quinze anos chovia, muito, hoje já não sei... Rosana Jatobá, que não acerta uma, disse que não ia chover...

Já revelei aqui que eu amobonjovi e hoje uma amiga me perguntou por quê. Respondi que, há anos, ele sempre me diz coisas lindas.

Ele diz:
Shot through the heart and you're to blame. You give love a bad name.
Eu penso:
Eu conheci um idiota assim, ainda bem que você me entende Jonbon.

Ele diz:
I'm a cowboy, on a steel horse I ride. I'm wanted dead or alive
Eu penso:
Jonbon arruma um capacete que eu vou com você.

Ele diz:
Your love is like bad medicine. Bad medicine is what I need
Eu penso:
As vezes a gente faz cagada mesmo, né?

Ele diz:
Cause you were born to be my baby. And baby, I was made to be your man
Eu penso:
Passa aqui em casa Jonbon

Ele diz:
Seven days of Saturday. Is all that I need
Eu penso:
É isso aí Jonbon você leu meus pensamentos.

Ele diz:
I'd beg, I'd steal, I'd die.To have you in these arms tonight
Eu penso:
Precisa não Jonbon, hoje eu to facinha.

Ele diz:
And I will love you, baby – Always. And I'll be there forever and a day – Always
Eu penso:
Passa em casa!!

Ele diz:
I'll be there for you. These five words I swear to you
Eu penso:
To indo Jonbon!!!!

Saturday, September 18, 2010

Tem pessoas...que querem que você seja uma pessoa melhor...

No mês de junho duas dessas pessoas saíram da minha vida. O coração da minha avó desistiu numa segunda feira. Na segunda seguinte, aquela doença levou um grande amigo, um provocador, como ele mesmo se dizia.


Por algum motivo bizarro até agora não tinha conseguido escrever sobre a minha avó. A véinha que ajudou a me criar, que não me deixava dormir até mais tarde e que insistia em me ensinar a cozinhar, costurar e tricotar.

Todas as férias que passei no sítio era a mesma coisa. “Vem aqui ver como se faz o feijão.”, “Vamos fazer um bolo?”, “Vem aqui ver como funciona a máquina de costura.”. A mais famosa de todas era, “Acorda que está sol e a piscina esta limpinha!!”.

Não preciso dizer que de tudo isso só sei fazer o bolo de chocolate, lembro vagamente de um ponto de tricô e que continuo acordando tarde, mesmo que esteja sol e que a piscina esteja limpinha.

Até o seu último dia de vida, ou penúltimo pelo menos, minha avó ainda não tinha desistido de mim. Toda vez que ela me via perguntava se eu já tinha arrumado um namorado e sempre ouvia a mesma resposta. No hospital, entre uma reclamação e outra, não se esqueceu de fazer a pergunta de sempre. Morreu sem que eu tivesse lhe dado um bisneto, mas com certeza está mexendo os pauzinhos com Ele, pra ver se eu desencalho.

O provocador se foi na segunda feira seguinte. Desde que eu o conheci, em 2005, ele sempre estava com uma idéia mirabolante e falava sobre isso de um jeito bem particular.

Ele era uma figura apaixonada pelo mundo gráfico e mandava todo mundo estudar no SENAI. No começo me ajudou muito a entender o que eu estava fazendo, trazia pain au chocolat e outros docinhos para embalar as tardes da galera, apresentava as pessoas com nome, sobrenome e uma ou outra informação importante, tirava fotos sem parar e sempre tinha um projeto interessante na cabeça.

No fim, um pouco desiludido, fez a maior torcida para eu dar um passo adiante. Meses antes de ele nos deixar, liguei dando a boa noticia. O sotaque gaúcho ainda estava lá, mas a força já lhe faltava. Aquela pessoa tão animada e agitada era um homem ofegante que gostaria de ficar horas no telefone para saber de todos os detalhes, mas estava cansado demais.

Monday, February 01, 2010

Pseudo-metaleira


Minha fase rebelde-metaleira veio logo depois da fase Bon Jovi (essa não foi muito bem uma fase). Quando entrei nessa fase precisava de uma banda preferida e, como só conseguia entender o que o James Hetfield cantava, resolvi que adorava o Metallica desde de criancinha.
Em 98 fui com o menino que namorava no show deles no Anhembi. Vacilei quando fui com um moleton do Hard Rock Café cinza claro e destoei muito dos cabeludos de preto. Para enganar comprei uma camiseta do show, que dei para o meu irmão mais novo que ainda não tinha idade pra entrar no show.
Minha fase metaleira não durou muito, para a alegria da minha mãe, mas os CD´s do Metallica continuaram na minha estante.
Onze anos depois eles voltaram e decidi encarar um Morumbi com 68 mil cabeludos de preto. Alguns mais carecas do que cabeludos, já que os fãs deram uma leve envelhecida e a finasterida não deu conta de atender a demanda.
Pontualmente as 20:30 (os metaleiros não são mais os mesmos) o Sepultura cruzou mais um vez o meu caminho e abriu o show. Nessa hora lembrei porque não gosto de Sepultura. Não dá pra entender um C%$@# daquele barulho que eles fazem!!!! O máximo que consegui identificar foram uns grunhidos que se pareciam muito com “roots bloody roots”, um marco na minha adolescência e a causa de pesadelos para alguns dos meus amigos, que nunca tinham visto uma pessoa de TPM (longa história).
Para atestar de vez que os metaleiros não são mais os mesmos o Metallica subiu ao palco extamente as 21:30. Mas ao contrário do Sepultura, nessa hora 68 mil pessoas, sem exceção, gritavam desesperadas. Até o Edmauro, o nosso PM preferido do mundo, no Morumbi, deu uma titubeada quando ouviu os primeiros acordes.
Quando começou o show lembrei como é legal estar num show de rock na pista. Aquele monte de gente feliz cantando, ou gritando, todas as músicas, aquele monte de homem grande e barbado emocionado de ver quatro tiozinhos tatuados e cabeludos (tirando o James e o Lars) de preto tocando guitarra.
Apesar da muvuca, tive sorte. Os cabeludos também não são mais como antigamente e quase não levei cabeladas na cara, muito menos cabeçadas. Até o banheiro químico era usável e tinha papel higiênico!!!!! Para a minha surpresa, teve até espaço para uma gentileza heavy metal. Quase no final do show um moço gentil arrancou um sem camisa da grade e fez espaço pra que eu, no alto do meu 1,62m, pudesse subir na grade pra ver melhor.
A última música antes do bis, Enter Sandman, me fez voltar para a fase metaleira. Extamente para a época que não tinha carro e pegava caronas até a Avenida Paulista com o meu amigo Brandini, num carro sempre lotado de gente.

Wednesday, January 06, 2010

Vinte e nove


O despertador tocou, bati o dedo no soneca e virei pro lado para os meus 10 minutinhos mais amados do Brasil. Foi quando ouvi aquela chuvinha típica de 6 de janeiro, que provavelmente ia dificultar um pouco o uso do meu vestido novo. Nada que um casaquinho não resolvesse.

Como toda boa capricorniana tenho aquele prolema sério no dia do meu aniversário. Desde criança me acostumei a não ter festas. Os amigos e, muitas vezes, os parentes quase nunca estavam por perto para comemorar. Claro que isso foi mudando com o passar do tempo e agora tenho vários amigos que trabalham já no primeiro dia útil do mês, o que deixou os meus aniversários com mais quórum do que o normal.

Quanto aos presentes é sempre a mesma história. Muitas vezes ganho um “melhorzinho” no Natal e no aniversário, como ta todo mundo “falido”, muitas vezes “no hay” presentes.

Esse ano quis fazer diferente e eu mesma comprei um presentão de aniversário pra mim: uma televisão. Mas o que seria uma coisa simples há uns cinco anos, hoje é praticamente uma prova da Fuvest. Por isso, pedi ajuda aos meus “personal nerds” mais amados do Brasil.

Antes a pessoa levava em conta basicamente a marca, o preço e o tamanho da TV. Hoje o negócio é muitoooo mais complicado. Você tem LCD, LED, entradas HDMI, entradas USB, Full HD, conversor digital integrado, ou não, geração 5, 6, 7, 8, número de linhas de sei lá o que e mais um monte de coisinhas que juntas formam e TV perfeita para você.

Definir o tamanho envolveu uma fita métrica e uma discussão sem fim sobre o melhor tamanho de TV para um quarto. Os exagerados diziam 40”, outros 26”, alguns 32”. Fazer os meus “personal nerds” chegarem a um acordo foi praticamente um parto.

No dia de comprar o bendito aparelho contei com a ajuda incomensurável do meu “personal nerd” preferido para assuntos tecnológicos que me explicou pra que servia cada coisa e tentou me fazer entender porque eu precisava de cada negocinho daqueles.

Depois da aula descobri que ligar o DVD na TV por um cabo HDMI deixa a imagem muitooo melhor. Descobri que minha TV tem entrada USB e por isso posso plugar o pen drive direto na telona. Descobri também que posso ligar o meu computador na TV e além de ver os vídeos do You Tube em tamanho gigante posso jogar Tetris, Campo Minado e Paciência Spider em tamanho extra large. (Viu como aprendi rápido)

Mas como dizia o tio do Homem-Aranha: “Com grande poderes vem grandes responsabilidades”. Com a TV nova é mais ou menos assim: “Com novas TVs vem novos aparelhinhos que deixam a sua vida bem mais nitida”.

Como meu DVD antigo não tinha saída HDMI o primeiro passo seria comprar um novo ou investir logo um blu-ray. Se levar em conta que um blu-ray baratinho custa 800 paus, que cada filme custa uns 90 paus, que a TV, mesmo em 10X, foi uma facada e que com a nova TV seria melhor assinar a NET HD , decidi ficar no DVD com saída HDMI que tem um custo mais módico, em vezes.

Ouvindo minhas reclamações de como sou uma coitada que não tem festa e nem ganha presentes no aniversário, meu personal nerd preferido resolveu ser mais preferido e me deu de presente um mega ultra blaster master DVD com saída HDMI e mais um monte de coisas que não sei pra que serve, mas certamente são o máximo!!!!

Plugados os aparelhos vejo que agora minha vida está mais nitida e em 2010 será mais ainda.

Monday, December 14, 2009

E como dá trabalho...

Se preparar para um casamento dá uma canseira!! Ainda mais se o noivo em questão é um amigo mega querido e se o casamento é chique no úrtimo.

Em novembro recebi o convite de casamento de um dos meus amigos mais queridos . Apesar de saber do evento com mais ou menos um ano de antecedência, fui resolver a questão “vestido” umas 3 semanas antes do evento. Ah, o vestido!!! Esse é o só o começo da correria.

Resolver um vestido pode ser um trabalho de meses, mas como não tinha tanto tempo foi um trabalho de dia, um dia. Dei uma sorte dos infernos. Na primeira loja que entrei dei de cara com ELE, o vestido. Da cor que eu queria e mais ou menos do modelo que queria (Sim, a gente imagina o vestido bem antes dele existir no nosso guarda-roupas). Vesti, ficou lindo, fechei os olhos e dividi em muitas vezes no cartão. Pronto. Uma coisa resolvida.

O presente também foi fácil. Bastou uma amiga prática e um telefonema para decidir e comprar pela internet mesmo. Que maravilha a tecnologia. Como o amigo era bem amigo escrever o cartão foi fácil, bem fácil. Uma piadinha e um voto mais do que sincero de felicidades. Pronto. Outra coisa resolvida.

Na semana do evento é hora de fazer as unhas, depilar e, para as menos talentosas, marcar o cabelo e a maquiagem. Como sou semi talentosa e não aprendo NUNCA. Marquei cabelo e decidi que eu mesma faria a minha maquiagem, sem passar lápis em baixo do olho por causa do chororô.

Como o amigo decidiu que ia casar numa sexta feira chuvosa em São Paulo, as 19:30, as coisas ficaram mais corridas. A arte de xavecar a chefe para sair mais cedo entrou em ação e, como minha chefe é mais do que maravilhosa, saí a tempo de fazer tudo.

Cheguei no cabelereiro e a bicha amiga perguntou o que eu queria fazer. “Cachos”, eu disse antes de pensar. “Não vai durar nem até a igreja, porque eu sempre insisto em cachos?”. A bicha amiga contou todas as fofocas do bairro enquanto enrolava as minhas madeixas e, para não chegar na festa com cabelo liso, a bicha fez rolinhos e despejou 3 litros de spray na minha cabeça.

Parecida com a Dona Florinda (essa mesma que você está pensando), fui pra casa, onde ia terminar os preparativos para o evento mais esperado do ano e aguardar a chegada da minha querida amiga irmã, a Miss Jundiaí mais querida do mundo mundial.

Também de rolinhos e com um bobe na franja, a Miss Jundiaí chegou em casa reclamando do trânsito e me disse que precisava passar o vestido que tinha emprestado de uma amiga. O vestido, longo, estava em uma sacolinha PP da Natura inteiro amassado. Lá fomos nós e os nossos rolinhos até a lavanderia da esquina para passar o vestido.

Chegamos quase na hora de fechar, mas conseguimos convencer a passadeira que era um caso de vida ou morte. Ela ficou sensibilizada com o mico de andar na rua com rolinhos no cabelo e religou o sistema modernissímo de passar vestidos de festa.

Vestido passado, voltamos pra casa. Como estava chovendo, o vestido passado virou guarda chuva para os cabelos em rolinhos embebidos em 10 litros de laquê.

Não preciso dizer que os 10 litros de laquê, que se transformaram em 20 com as aplicações turbo plus antes da sair de casa, não seguraram os cachos de nenhuma das duas nem até a igreja. Mas o casório foi lindo, a festa foi boa e é isso que importa.

Na saída, para não deixar a minha carona sem graça (como já fiz em outro casamento), me contive e só peguei cinco bem-casados. Os homens não entendem porque a gente pega tantos bem-casados e morrem de vergonha, mas não é gula, é só fazer a conta. Um pra cada pessoa da familia e dois pra nós....hehehehehe.

Thursday, November 05, 2009

Será?

Estava conversando com um amigo, reclamando dessa minha vida de pessoa avulsa quando, entre uma cerveja e outra, ele me disse. “Sabe qual é o problema, você deixa tudo. Homem gosta é de mulher chata”.

Então fizemos uma lista de coisas que eu preciso aprender para ser uma mulher muito chata e ter vários gatinhos aos meus pés.

No bar em dia de jogo
1- Quando ele estiver no bar com os amigos ligue pelo menos 8 vezes, perguntando se o jogo está acabando e a que horas ele vai pra casa.
2- Assim que o jogo acabar intensifique as ligações, perguntando se ele já está saindo.
3- Nunca vá dormir. Sempre espere seu “amor” acordada, não importa a hora que o FDP chegue em casa.
4- Assim que ele chegar, faça um escândalo.
5- Se estiver no bar com ele nunca acompanhe na cerveja. Peça uma coca, olhe com cara feia e diga que ele está bebendo demais.

No carro
1- Sempre diga a ele que caminho fazer e resmungue que o SEU caminho, aquele que você viu no Google Maps, era muito melhor e com menos trânsito.
2- Sempre insista para ir dirigindo e, quando for, arranhe as marchas do carro dele.
3- Quando for dar direções diga “aqui” e “ali” em cima da hora, nunca use “direita” e “esquerda”.
4- Se ele errar o caminho resmunge

Costumes e manias
1- Nunca se acostume com as manias dele, sempre reclame.
2- Não pegue a toalha dele do chão do quarto, banheiro ou da sala. Faça escândalo.
3- Quando ele estiver vendo o futebol reclame bem alto que só você faz as coisas naquela casa e que não custa ele ajudar de vez enquando.

Ao telefone
1- Sempre comece uma conversa com três frases: “Onde você está?”, “Com quem você está?” e “O que você está fazendo?”
2- Se ele estiver com alguma mulher, mesmo que seja aquela gorda horrível que trabalha com ele, faça escândalo.
3- Se ele não atender da primeira e nem da segunda vez, continue ligando, uma hora ele vai atender.
4- Se ele for seco comece a discutir a relação, mesmo que você tenha ligado quando ele está no trabalho resolvendo um monte de problema.

Amigos
1- Sempre reclame dos amigos dele, mesmo que eles sejam educadíssimos.
2- Quando ele sair com os amigos sempre pergunte quem vai e a cada nome faça uma cara feia.
3- Sempre pergunte a que horas ele vai voltar. Perto dessa hora comece as ligações.
4- Se um amigo der ao seu “amor” um ingresso para o show do U2, faça cara feia até que seu “amor” compre um pra você ou desista do show. (desistir do show conta mais pontos)
5- Se ele tiver um amigo bem galinha PROIBA seu “amor” de sair com esta má influência.
6- Se ele for tomar uma cervejinha com os amigos do trabalho faça escândalos até ele desistir do programa. Se ele não desistir inicie as ligações.
7- Revire o orkut, facebook, e-mail, MSN, Skype, ICQ, etc, e chame todos os contatos femininos de “aquela vadia”.

Na TPM
1- Chore e faça escândalos dizendo que ele não te ama porque você está gorda e feia.
2- Obrigue ele a dizer pelo menos 15 vezes por dia que te ama.
3- Sempre que puder faça cenas de ciúmes, quanto maior o chilique mais seu "amor" vai gamar.

Só de pensar em fazer tudo isso fiquei cansada. Isso dá um trabalhoooo.

Se alguém tiver mais alguma dica...

Saturday, October 31, 2009

Beatles, I Love

Depois de ver o Grand Canyon e comprar, comprar e comprar, chegamos ao último dia em Las Vegas e o último dia de viagem.

O final não podia ter sido melhor. Fomos assistir o Beatles Love, do Cirque Du Soleil.

Não precisa ser fã de Beatles pra gostar, mas ajuda, muito.

Na platéia muitos da idade dos meus pais, mas também muitos da idade dos filhos dos meus pais.
Sentamos em cima, num lugar semi-barato, e logo fiquei incomodada. Tinha muita cortina no caminho que poderia atrapalhar a visão. Mas isso vai sair quando começar o show, certo?
E o show começa, cordas, pessoas subindo nas cordas, Because tocando, som 5.1, caixinhas na altura da cabeça, outras na frente, e nada da cortina sair da minha frente. “Ai, num acredito que não vou ver nada”.
Because acaba e começa uma mistura de Get Back com The End. Nessa hora eu quase chorei, ridiculamente, de emoção. Isso sim é um bom começo para um show. Tenho que reconhecer que eles sabem fazer o negócio direito.
Como já tinha o CD há uns dois ou três anos, sabia toda a sequência de cor e, obviamente, não era a única. Quase todo mundo cantava junto com a música.
Não sei se foi porque o George Harrison começou essa história com o Cirque du Solei, mas nas
músicas dele percebi um “amor” a mais. Something tem quatro meninas penduradas por cabos dançando no ar e disputando um moço sem camisa (o moço sem camisa relamente era bonito). Em Here Comes the Sun o cheiro de incenso toma conta do teatro, uma bola iluminada sobe do chão trazendo quatro meninas em posição de lótus se segurando pelas pernas em quatro cordas.
Como elas se seguram só pelas pernas e braços lá em cima, você fica se segurando na cadeira para que elas não caiam lá de cima direto para um buraco que se abre no meio do palco.
Não preciso dizer que o véinhos e os nem tão véinhos vão ao delírio a cada música e cada coreografia e definitivamente vale a pena ir até lá pra ver ao vivo.

Put on my blue suede shoes...


Las Vegas é uma festa. As luzes deixam a rua ainda mais quente, toca música em todos os lugares e mesmo morrendo de cansaço, com os pés latejando, você não consegue simplesmente subir para o quarto de hotel e ficar lá, de pernas pra cima.
Como não gostamos de jogar e preferimos gastar nosso dinheiro em blusinhas, de dia o negócio é fazer compras, arrumar algum passeio, como o Grand Canyon, ou ficar am alguma festa nas piscinas do s hoteis, mas de noite... São vários shows, apresentações, bares e baladas.
Para a segunda noite decidimos uma coisa bem Las Vegas, fomos ao show da Cher, sim essa mesma, mais de 60 anos, cabelo preto, milhares de plásticas e botox, totally gay.
O show parecia o da Madonna, cheio de casais, mulheres e gays. Homem hetero sozinho, não vi nenhum, e olha que o show tava lotado.
Sentamos lá em cima, com senhoras e casais por todos os lados. Os gays estavam posicionados estratégicamente na fila do gargarejo, babando em cima da véia, que continua com TUDO em cima.
Numa certa altura do show, a música começou a ficar animada e nada de alguém lá no puleiro levantar pra dançar. Ficamos morrendo de inveja do povo da platéia, que estava quase toda de pé, então decidimos que ninguém conhecia a gente lá e o máximo que poderiamos ouvir era um “senta ai louca” ou um “sit down bitch”, como eles dizem na América. Levantamos, e não sentamos mais.

E as malas?


Não preciso dizer que compramos muita coisa e, por isso, cada uma se ajetou para carregar o que podia do jeito que podia.

Depois de mais de 15 dias passeando de carro, que possibilitava sacolas e sacolinhas espalhadas pelo porta-malas, pegamos um avião de São Francisco para Las Vegas. Eu com uma mala e uma mochila pesada e minha querida amiga com duas malas e uma mala de mão.

Chegamos cedo para poder dar tempo de devolver o carro, explicar sobre o acidente com o espelhinho do e tomar uma café da manhã tipicamente americano.

O voo foi tranquilo e deu pra sentir o calor do deserto mesmo antes do avião pousar.
Mesmo de cima e de dia, já deu pra notar que Las Vegas é uma cidade esquisita. Primeiro você vê um monte de nada depois você vê algumas casinhas simetricamente posicionadas, então você vê uma rua com um prédios espelhados, um castelo, uma pirâmide e uma torre.

No saguão do aeroporto tem um monte de caça-níqueis e telões com propagandas das atrações da cidade.

Chegamos na esteira e nossa mala estava demorando, uma delas veio e nada das outras duas.

Para explicar a tensão do momento tenho que voltar um ano. Minha querida amiga foi para Turquia e as malas decidiram ir passear em algum outro lugar. Depois de 3 dias, a amiga conseguiu achar a mala novamente, intacta. Desde então, toda vez que ela viaja de avião a tensão domina a pessoa, até que ela pegue a mala de novo no destino.

Alguns momentos de tensão depois, as malas realmente não vieram. Fomos calmamente, na medida do possível, falar com a moça da United, que não tinha nada a ver com aquilo, mas teria que receber a bronca em nome da empresa. Descobrimos que as nossas malas tinham ficado em São Francisco e que deveriam vir no próximo voo, dali três horas mais ou menos. Ficaram de entregar as malas no nosso hotel, no final da noite.

Pegamos um busão e fomos para o hotel. Como em São Francisco tava frio, estávamos de calça, como em Las Vegas estava 40 graus, mesmo de noite, morremos de calor o resto do dia.

Para a nossa sorte, onde há calor, há ar condicionado, então decidimos ficar “dentro” a maior parte do tempo.

As dez de noite voltamos para o hotel e para a nossa alegria elas estavam lá, uma preta com lacinho rosa e outra preta com lacinho preto e branco. Intactas, mas com um bilhete do governo americano, dizendo que por questões de segurança tinham arrebentado o meu cadeado e vasculhado a minha linda mala.

Fog não é só em Londres

De Monterrey fomos para São Francisco, mas no caminho demos uma paradinha rápida em uma das milhares de plantações de morango orgânico.

Algumas coisas merecem ser ditas sobre a Swanton Berry Farm:
1- o morango é uma delicia
2- o creminho branco não é chantili (é salgado)
3- o cheesecake é mais que delicia
4- o sistema “pague você mesmo” só funciona lá mesmo
5- ao usar o banheiro imagine que está na Idade Média e que aquilo é tudo super natural.

Depois do morango seguimos subindo até São Francisco, onde é o final, ou o começo da Califórnia 1.

No primeiro dia ventava muito e fomos até a ilha da Alcatraz visitar o antigo presídio. O passeio vale muito a pena e percebi que oa americanos conseguem transformar até presídio em Disney. Tem um tour com áudio, como nos museus, e quando você sai, tem uma lojinha, com milhares de objetos temáticos. Imã de geladeira do Al Capone, caneca de presidiário, sabonete de preso e até a chave da cela, tudo com o logo da Rocha.

Em São Francisco, venta, venta demais, para andar uma distância de dois quarteirões você sobe alguns metros e desce mais outros e, para a minha surpresa, tem um Fog inexplicável que cobriu só a Golden Gate.

Minha companheira de viagens queria tirar uma foto da ponte famosa, do Golden Gate Park. Ligamos o GPS e fomos até lá. O X indicava o local, mas, cadê a ponte? Sou meio perdida, por isso consultei um mapa, tentei me localizar no universo, procurei até uma bússola. Tudo apontava para a esquerda, mas a ponte não estava lá, só uma massa branca. Ficamos ali paradas, olhando e quando um vento bateu mais forte e pudemos ver um pedaço do pé da ponte.

Por causa do Fog, que cobria só a ponte, nossa foto da Golden Gate ficou diferente de todos os guias de viagem do mundo.

Monterrey e Carmel


Em Monterrey o ponto alto é o aquário, que tem um tanque gigantesco com sardinhas, peixes enormes e tubarões, nem tanto, todos vivendo em paz e harmonia. Chegamos relativamente cedo e ficamos espantadas com o valor do ingresso, quase 30 doletas. Por algum motivo bizarro, a mulher da bilheteria decidiu que nós, quase balzacas, éramos estudantes e pagamos pouco mais de 25 dólares. Coisas da vida...

O aquário era cheio de crianças algumas boazinhas e outras completamente loucas e descontroladas que corriam de um lado para o outro e batiam no vidro das pobres águas vivas, para que elas fizessem alguma coisa a mais do que só nadar lentamente.

Do aquário seguimos pra Carmel, uma cidade bonitinha e toda arrumadinha onde o Clint Eastwood foi prefeito e tem um restaurante, o Mission Ranch.

Como esse dia a gente tinha batido a cabeça, decidimos ir a pé do centrinho até o restaurante do Clint. A “vadia”, nosso GPS, disse que era rápido, mas esquecemos que ela marcava em milhas e não em quilômetros.

A Dolores Street era looonga e o bendito restaurante era no final dela.

Andamos muito e a fome só aumentava, mas estávamos tranquilas, afinal era um restaurante e tinhamos decidido que independente do preço iriamos gastar todo o nosso budget pra almoçar no restaurante do Clint. Qual foi a nossa surprise quando chegamos lá morrendo de fome, depois de andar praticamente uma NIKE 10, e a p. do restaurante estava fechado e só ia abrir algumas horas depois.

Respiramos fundo, tentamos não gritar, não brigar e pegamos a Dolores Street de volta, mais uma NIKE 10 ladeira acima.

Califórnia 1

Saindo de San Simeon pegamos a parte mais bonita da Califórnia 1. Ela tem duas pistas e vai acompanhando toda a costa. As vezes a estrada fica mais estreita e sinuosa e outras vezes parece mais larga. Como tem a opção de ir pela Highway, quem pega a Califórnia 1 normalmente está em outro clima.

Pela estrada vimos muito motorhome, algumas banheiras alugadas como a nossa, vários Mustangs e muitas, mas muitas, motos. Normalmente eram grupos de homens por volta de 50 anos e alguns levavam as esposas na garupa. Os “tios” motoqueiros eram sempre muito simpáticos, buzinavam, acenavam e até faziam pose se você apontasse a camera para tirar uma foto deles.

No caminho tem vários mirantes e parar em todos chega a ser chato. A vista realmente era melhor se estivessemos vindo de São Francisco, mas a gente deu um jeito de apreciar a paisagem mesmo assim.

Em uma das paradas um motoqueiro se aproximou e perguntou se poderíamos tirar uma foto dele. Como estavamos viajando em duas e nunca apareciamos na mesma foto juntas, simpatizamos com a dor do rapaz, que ficou feliz que em conhecer duas brasileiras, já que ele adorava Choro Music. Como chorinho não é o meu forte, não pude ajudar o rapaz com indicações super legais, mas lembrei de algumas conversas do meu pai sobre isso e soltei uns três nomes pra ele procurar na internet e, segundo ele, em uma loja de discos muito legal em Berkeley.
Por volta das três da tarde, nossa hora de almoço habitual, paramos no Nepenthe, um restaurante com uma vista maravilhosa que serve o X-Burger mais caro e mais gostoso da América.
Dizem que Orson Wells e Rita Hayworth moraram na casa onde hoje funciona o restaurante, mas o dono diz que não foi bem assim. Eles ficaram hospedados por um tempo, fizeram planos para comprar, mas nunca mais voltaram ali.

O castelo do seu Hearst

Passamos em San Simeon para conhecer o famoso castelo do seu Hearst, William Raldolph Hearst, que foi um mega empresário dono de jornais e revistas. Foi nele que o Orson Wells se inspirou para fazer o Cidadão Kane.

Chegamos para o nosso tour no castelo, semi-cedo, ou seja acordamos em um horário quase aceitável para as férias, e antes de pegar o busão que levou a gente morro acima decidimos aliviar a larica do dia anterior com deliciosos cookies (nada que se compare aos cookies maravilhosos no M&S ou do Ben’s, mas tava valendo).

Compramos os cookies e a senhora que nos serviu estava cantarolando alegremente, “I love the nightlife, I got to boogie on the disco ‘rounnnnddddd, yeah”. A resposta ao nosso olhar de surpresa foi uma risadinha simpática da velhinha, que deu os saquinhos com os cookies e me disse que no meu tinha colocado dois porque um estava quebrado. Minha cara de “gordinha” me entrega quase sempre.

Entramos no busão que leva até o castelo no alto do morro e no caminho uma gravação ai contando um pouco da história do castelo e do seu dono.

Para construir o Hearst Castle, William Hearst contratou uma arquiteta chamada Julia Morgan, que aguentou as loucuras dele por nada menos do que 28 longos anos. Segundo a guia ele mudava o projeto toda hora, sempre que encontrava alguma coisa legal ele comprava, mandava entregar no castelo e pedia para a arquiteta inventar algum lugar para colocar a peça. A piscina de fora, com inspirações gregas, teve mais ou menos 5 reformas até ficar do jeito que ele queria.

O castelo servia para receber os amigos e gente ligada a cinema, teatro e artes em geral. Além da casa grande, das duas piscinas (uma interna e outra externa) e de uma mesa de jantar maior ainda, ele tinha um cinema e um zoológico particular. Como tudo era longe, tudo que se comia no castelo era produzido lá e todas as manhãs o seu Hearst recebia TODOS os jornais.


Depois da morte de Hearst, a familia decidiu doar o castelo para o estado, mas colocaram uma condição. Que eles, a familia, poderiam continuar usando a piscina do castelo quando quisesse. Alguém tem o telefone da familia Hearst?

Posto self service e larica de Danish Roll

De Los Angeles fomos para Santa Bárbara, uma cidade universitária de praia bem bonitinha e com muita influência mexicana, como quase tudo na Califórnia. Antes disso paramos num posto de gasolina para abastecer a nossa banheira.

Como lá não tem frentista, é você mesmo que coloca gasolina no carro e tudo funciona num estilo um pouco lusitano de abastecimento. Primeiro você paga um tanto pra um tio com cara de poucos amigos que fica na loja de conveniência (eles SEMPRE tem cara de poucos amigos), depois liberam a bomba, você escolhe qual a qualidade de gasolina que você quer colocar e abastece o veículo com o valor que você escolheu, sem ter a menor idéia se vai conseguir encher o tanque. Ah!! Detalhe. Lá não se calcula gasolina em litros e sim em galões. Não preciso dizer que a confusão foi boa e poder voltar pra casa e dizer “Tio, completa aí!” nunca foi tão bom.

Depois de abastecer o carro seguimos para a próxima parada, uma cidadezinha com colonização dinamarquesa chamada Solvang. Minha tia tinha ido pra lá há alguns anos e indicou alguns docinhos dinamarqueses. Todos os guias, sites e afins diziam que os doces eram uma delícia e fomos pra lá com a maior larica de danish roll da história. O que ninguém disse é que tudo fecha cedo naquela cidade e cedo quer dizer que quatro da tarde está tudo fechado, inclusive as 8987 padarias que vendem os maravilhosos danish rolls.

Passeamos um pouco pela cidade fantasma e decidimos seguir viagem, sem danish roll, mas ainda com a maldita larica que só fomos matar alguns dias depois.

Friday, October 30, 2009

O incrível caso da escova de dentes voadora


Chegamos em Los Angeles de noite. Nosso hotel ficava num lugar esquisito cheio de japoneses e de placas que não conseguíamos entender. Depois descobrimos que estávamos em Korea Town, ou coisa assim.

Na recepção do hotel eram todos japas, ou coreanos, ou orientais, e naquele dia tinha um casamento de um cara com nome cheio de “W” e uma moça cheia da “X”.
No primeiro dia quisemos fazer o básico turístico, ver as casas dos famosos. Fomos em duas e percebemos que eu mesma poderia fazer as casas dos famosos do Campo Belo, é só escolher um endereço, um nome famoso e colocar no mapa.
Desistimos daquela coisa de gente famosa e fomos comprar... tô brincando, fomos passear.
Los Angeles é uma cidade esquisita, grande, espalhada, mas cheia de coisa pra fazer, até as 22 horas, pelo menos.

Um dos lugares mais bonitinhos e gostosos de passear é o Farmer’s Market, que tem várias lojinhas, restaurantes e uma praça, que no dia que estávamos lá tava passando um filme antigo num telão ao ar livre.

Duas coisas legais para visitar pela arquitetura são o Walt Disney Concert Hall, feito pelo Frank Gehry, o mesmo do Guggenheim de Bilbao e o museu Getty, que fica no alto de uma das colinas de Los Angeles.

No último dia marcamos a visita aos estúdios da Warner as 8:20 da matina e não precisa dizer que o dia começou bagunçado.

Acordamos muito cedo para os padrões de qualquer ser humano de férias e eu, no meu incrível bom humor matutino, fui escovar meus lindos dentinhos. Eis que a escova de dente sai voando da minha mão, não sei porque, e bate no móvel. Eu, em câmera lenta, previ o terrível resultado daquele acontecimento e sofri. A escova bateu aqui, bateu ali e foi direto parar no fundo do vaso sanitário. DELÍCIA!!!!

Como estava sozinha no banheiro, respirei e tentei esboçar uma reação blasé, mas num deu. A minha querida amiga tinha visto tudo pelo reflexo do espelho da porta do armário e já estava rolando de rir da minha cara.

Passado o trauma matinal entramos no carro e ligamos o GPS. Não preciso dizer que fomos para o lugar errado, já que o estúdio não ficava em Los Angeles e sim em Burbank, que, para a nossa surpresa, não era um bairro e sim uma outra cidade.

Chegamos atrasadas, meios esbaforidas e entramos no estacionamento. A motorista, que não era eu, foi estacionar na vaga do lado do único carro estacionado ali (ou praticamente o único). Foi quando eu ouvi um barulho. Sim, a mulher do carro ao lado abriu a porta e o nosso espelhinho sofreu irreparáveis avarias. Ficou como os espelhinhos ficam na 23 de maio depois que passam os motoboys.

Passado o segundo trauma do dia entramos no estúdio e conseguimos udar o horário do tour.

O tour foi um capítulo a parte. Vimos onde era gravado o ER e o True Blood, vimos o museu dos carros, com o batmóvel velho, o novo e o Grand Torino original. Entramos no estúdio do Two and a Half Men, um dos meus preferidos, e do Mentalist, que nunca assisti um capítulo inteiro. No site eles dizem que o tour nunca é igual, já que depende dos estúdios estarem liberados, mas uma coisa que acontece em todos os tours é a visita no Central Perk, sim o café do Friends.
Saímos da Warner direto para os estúdios da Universal, que teve encontro com Norman Bates em pessoa, com cara de louco, Bates Motel e corpo no porta malas do carro.

Thursday, October 29, 2009

Vortei...

Esse ano decidimos explorar a América. Eu e a minha companheira de viagem de quase sempre, fomos passear pela costa oeste dos Estados Unidos, mais precisamente na famosa Califórnia 1, com uma paradinha estratégica em Vegas, baby.

Toda a preparação durou uns meses, um monte de pesquisa, trocas insanas de e-mails, um planejamento alemão, com planilha, e muita reza pra não perder as malas (um trauma da minha querida amiga, que explico depois).

Depois de mais de 10 horas de vôo, finalmente chegamos em Huston, Texas e assim que saímos do avião ficamos quase uma hora na fila para entrar na América.

O officer vasculhou a minha vida com um monte de perguntas. Tive que falar qual foi a última vez que estive lá, nome da mãe, nome do pai, nome da tia-avó de segundo grau da prima da minha mãe, pra onde eu ia, pra onde eu não ia e quanto de dinheiro que levava comigo. Depois disso ainda tive que garantir que não ia entrar na América com nenhuma coisa ilícita e nenhuma semente.

Quatro horinhas básicas no aeroporto de Huston, que acabamos conhecendo melhor que o Tom Hanks naquele filme, finalmente embarcamos para San Diego.

Chegando em San Diego, fomos buscar o carro e o GPS, que foram carinhosamente batizados de banheira e vadia, respectivamente. Até nos entendermos com a “vadia” levou um tempo. Foi um tal de vira pra lá, vira pra cá, recalcula daqui, recalcula dali, mas sempre acabavamos chegando. Aliás, a palavra que mais ouvimos da "vadia" foi "recalculating...".

Como é próxima do México, e costumava ser México, quase todos os pontos turísticos e bairros da cidade tem nomes em espanhol. Em alguns lugares, principalmente no Balboa Park, parece que o Zorro vai aparecer a qualquer momento. E sempre rezávamos para ser o Zorro Antonio Banderas.

Em San Diego fomos ao Zoológico e visitamos duas praias muito legais, Pacific Beach e La Jolla, que se pronuncia La Róia (a jóia), mas batizamos carinhosamente de La Rôla.

Foi em San Diego também que começamos a gastar nossas doletas com artigos diversos e muito úteis como vestidos, camisetas, blusinhas, casacos, calças, sapatos, canecas. Como se compra na América!!!

Um dia à noite fomos até a Bloomindale’s comprar uns cremes e conhecemos a vendedora mais engraçada da América, que batizamos carinhosamente (como sempre) de Sweetheart. De 4 palavras que ela fala 3 eram “sweetheart” e a outra era “darling”. A mulher, que tinha boca de botox e claramente adorava as novas tecnologias em cremes e pequenas cirurgias, adorou os cremes que compramos para uma amiga e decidiu anotar o nome para pedir uma receita pro médico dela. Ela era tão louca e foi tanto com a nossa cara que despejou 800 amostras grátis de perfumes variados na nossa mochila.

No último dia, antes de ir para Los Angeles, fizemos uma parada estratégica na Disney. As filas estavam relativamente pequenas e como o parque é menor que o de Orlando, conseguimos ir em todos os brinquedos que a gente queria, até nos chatos, do tipo como as pessoas de 1975 achavam que mundo seria futurista em 2001.

O mais legal disparado foi o brinquedo do Indiana Jones. Ao contrário do brinquedo da Disney de Orlando, nesse você entra num jipe e vai sacolejando pra lá e pra cá por várias situações dos filmes. Tem bonecos do Harison Ford com a voz do próprio falando coisas dos filmes e, sim, aquela bola gigantesca vem descendo ao encontro do jipe, e na hora que vai bater....

Sunday, September 06, 2009

Já vorto...


Fui...

Volto logo.

Beijo e não me liga (não quero pagar roaming internacional).

Monday, August 31, 2009

E o celular foi possuído pelo Demo...

Tudo começou no aniversario de 66 dias do meu celular. De repente, assim como num passe de mágica, meu celular praticamente novo foi possuído pelo Demo. O visor decidiu não funcionar mais e cada vez que ligava o celular apareciam desenhos de cores diferentes e algumas vezes de ponta cabeça.

De manhã me atrasei pra sair porque fiquei procurando um potinho de granola desaparecido e foi o suficiente para pegar o maior trânsito de todos os tempos. Cheguei no trabalho e o entrevistado das 9 da manhã sumiu, desapareceu, escafedeu-se.

Na hora do almoço fui levar o celular na autorizada. Loja cheia, muitas senhas e muitos e muitos minutos depois, quando era quase minha vez, uma mulher que claramente tinha acabado de fazer 60 anos resolveu usar seus direitos da terceira idade.

Quando finalmente fui atendida ouvi que pra tirar o Demo do meu celular era necessário esperar 15 dias ÚTEIS. Contei uma história triste, mas mesmo assim a moça não se sensibilizou e me disse ,“Não posso dar um prazo menor, senhora, e infelizmente não podemos estar te oferecendo um celular provisório, senhora”. Perguntei se podia estar ligando e reclamando com alguém, mas acho que terei que me contentar em voltar para o meu antigo celular de 1985.

Duas horas depois de sair para o “almoço”, voltei para o escritório, mas antes tinha que pagar o estacionamento. Como não trabalhamos com dinheiro, só com Redeshop, tive que ir ao caixa eletrônico. Qual foi a minha surpresa quando vi que tinha mais ou menos 10 pessoas na minha frente e não poderia sair de lá tão cedo.

Resolvi me rebelar e acabei pagando com cheque mesmo, mas antes tentei comprar um lanche. Infelizmente a tia do lanche só trabalhava com Visa e fiquei com fome.

Quando cheguei no escritório, morrendo de fome, descobri que segunda é o dia internacional de lotar o estacionamento do prédio e não achei NENHUMA vaga para o meu pobre carro mil.

Abandonei o carro e fui até a lanchonete do prédio. A única coisa menos pior era um kibe um pouco amassado que me custou incríveis 4 reais e algumas gordurinhas a mais, já que o kibe estava banhado em óleo.

Estava quase desistindo e voltando pra minha cama, de onde não deveria ter saído, quando abri um e-mail pedindo urgência em umas 2976 coisas diferentes. Resolvi me rebelar e sair no horário, mas antes tinha que sacar alguns reais. Duas tentativas e a PORRA da máquina decidiu que minha senha não era a que eu estava digitando e ameaçou travar meu cartão. Desisti e fui pra casa.

Chegando em casa achei melhor ficar trancada no meu quarto, vai que na academia eu tomo um choque na esteira ou caio e quebro uma das minhas lindas perninhas.

Friday, August 07, 2009

Doença de criança

Com quase 30 anos na cara tive um ataque de bobeira e peguei uma doença de criança. Como aconteceu nos meus 18 anos, quando peguei rubéola, com 28 resolvi pegar caxumba. (Pelas minhas contas com 38 pegarei sarampo)

O negócio começou muito discreto e parecia ser uma infecção de ouvido, garganta ou coisa parecida. Pois é, não era.

Dia 1:
Uma bolinha atrás da orelha que não doía quase nada. Nem dei muita bola pra ela.

Dia 2:
A bolinha virou uma bolota que doía um pouco. Quando vi que o inchaço tava afetando uma das coisas que mais gosto de fazer, mastigar, resolvi marcar um médico.

Cheguei lá e ele examinou a garganta, o ouvido a boca e deu o diagnóstico. Caxumbinha.

Soltei um “Você ta me zuando?!”, mas não sensibilizei o médico, que me deu um remédio para o caso de sentir dor, recomendou vitamina C, comidas pastosas, muito líquido e cama durante uma semana.

Quando cheguei e dei a notícia trágica os três homens da casa mantiveram a distância e os cuidados com a pessoa enferma ficou a cargo de mamis.

Como nada doía resolvi que não ia comprar o tal remédio, mas minha santa mãezinha achou melhor eu comprar. Just in case.

Para a minha sorte, estava com o remédio bem do meu lado quando, as 22:35, achei que ia morrer de dor. Meu rosto ficou quente, meu ouvido parecia que ia explodir e meu maxilar parecia que só ia parar de doer se eu arrancasse ele fora. Chorar estava fora de questão, já que isso fazia tudo doer ainda mais. Tomei o remédio e tentei meditar por uns minutos pra ver se passava. Alguns eternos minutos e a dor ficou suportável e foi passando.

Um pouco depois da crise, mamis aparece pra dar aquela checada noturna e traz um chazinho de criança de erva doce (nada mais condizente com a situação da pessoa) na caneca do Palestra (não mencionei que a doença começou no dia que o Palestra ganhou de 3 a 0 do Curintia).

Dia 3:
Acordei com o pescoço mais inchado, mas não estava doendo. Fui procurar algo para comer, mas a casa ainda não estava preparada para uma pessoa enferma que não pode mastigar. Achei meio mamão e um iogurte.

Mais tarde comi purê de batatas e tentei mastigar um pouco de carne moída. Parece que deu certo, mesmo com um pouco de dor.

De noite sopa. Não sou uma fã de sopas e sinceramente não sabia se podia aguentar uma semana comendo só aquilo.

De madrugada só dores tolerantes, nem precisei tomar o remédio.

Dia 4:
A bolota ainda está lá e lateja como nunca antes. A dor é suportável, por isso nada de remédio para mim.

Detesto tomar remédio e se dá pra suportar prefiro passar sem.

No almoço arrisco de novo uma carne moída e purê de mandioquinha com cenoura. O purê é mais fácil de engolir, já que a cada mastigada os pedaços de carne moída parecem mais pedacinhos de concreto. Tudo dói na hora do almoço.

De tarde a solidão toma conta do meu ser. É difícil para uma pessoa que fala pouco assim que nem eu ficar o dia todo sem falar com ninguém. Agradeço ao senhor pelo MSN, Twitter, e-mail e também pelo telefone, onde recebo ligações diárias das minhas avós e da minha tia, aquela que acaba de perder o cachorro.

De noite, depois da sopa, fico com raiva. Meus irmãos queridos, que conversam comigo com uma distância de 2 metros, vão ao estádio ver o jogo do Palestra e me deixam em casa vendo o jogo pela televisão. Descobri como é horrível ver o jogo sem poder gritar e mudei de canal. Só vi o resultado no dia seguinte. Palestra 1X0 em cima do Flu.

Dia 5:
O negócio dá os primeiros sinais que vai desinchar, mas ainda lateja. Ao invés da dor sinto enjoo, ânsia e todas aquelas coisas agradáveis de quem está com o estômago embrulhado.

No almoço consigo encarar um macarrão, mas não muito porque logo começa a doer. O Ciello ganha o ouro, eu comemoro e descubro que ainda não estou tão boa quanto parecia. Descubro que o Ronalducho fez lipo e não consigo rir muito porque dói. Decido que quando ficar boa vou rir muito disso.

Dia 6:
Mais um dia internada sob os cobertores assistindo televisão. Assisti os jornais da hora do almoço, a novela da tarde, mas me recusei a assistir a sessão da tarde.

De tão entediada fui virando os canais até cair no Animal Planet. Estava passando Tubarão, que por um acaso do destino nunca tinha visto. Descobri que apesar do tubarão ser meio desproporcional, um tanto cabeçudo, o filme é mesmo muito bom e o Steven Spielberg realmente é foda.

À noite consegui o inimaginável. Comi 2 pedaços inteiros de pizza.

Dia 7:
Quase não se vê as bochechas de Quico. Só de pensar que vou ter que ficar sem sair de casa mais um dia fico deprimida. A família colabora com a doença da pessoa e fica em casa.

À tarde termino o livro “Clube do Filme”. Livro legal, bonita a relação pai e filho. Os comentários sobre os filmes fazem você ficar com vontade de ir até a locadora mais próxima alugar quase todos eles, mas no final um detalhe que me deixou meio nervosa com o autor.

Nos agradecimentos finais, bem lá no fim onde ninguém lê e nem presta atenção, o autor fala que tem uma filha. Pois é. Ele fica 200 e tantas páginas falando da relação com o filho e não menciona em nenhum momento a pobre da filha. Será que ela não dava problemas o suficiente para ser lembrada em algum momento?

Dia 8:
Quase sem sinal da bolota, um pouco menos irritada com o tal David Gilmour, que não tem nada a ver com aquele do Pink Floyd. Já posso comer quase de tudo, mas ainda não posso sair de casa.

Domingo já é um dia deprê, sem poder sair de casa então, pior ainda. Penso que no dia seguinte vou poder sair, finalmente vou tirar o pijama, vou acordar cedo pra ir trabalhar e logo sinto saudades da minha cama tão delicia e decido aproveitar os últimos minutos ao máximo.

Tuesday, July 28, 2009

Todos os cães merecem o céu

Nunca tive cachorro e nem sei se gosto muito deles, mas é fato que me apego aos cãezinhos dos amigos e parentes, e realmente sinto quando eles vão para o céu dos cachorros.

Esta semana foram dois.

Primeiro foi o Juquinha, cachorro da Letícia. Ele estava véinho e já andava bem doente, até que não deu mais.

Ele era o primeiro que aparecia para recepcionar as visitas, ele pulava, fazia festa, adorava um papel higiênico, saia correndo pela sala de jantar com a sua almofada na boca, ficou bêbado de cerveja durante um churrasco, tinha medo de subir a escada com degraus vazados, ficou passeando pela bagunça enquanto a gente costurava uma roupa de festa junina e ficava ali quietinho enquanto a gente assistia um filme, como se estivesse prestando atenção.

Quando recebi a noticia estava de TPM, mas não foi por isso que meus olhos se encheram de lagrimas. Lembrei que o Juca era parte da família e mesmo não sendo a minha, ele era como um irmão mais novo da Letícia. Um irmão bagunceiro e sempre pulante, mesmo com 14 anos. É triste saber que vou chegar lá e ele não vai fazer festa e que nunca mais vou falar “Jucaaa!!! Desce!!!”, quando ele se apoiar na mesa para alcançar alguma comida ou mesmo um pedaço de guardanapo.

Domingo foi a vez do Gregui, o cachorro chabi da minha tia. O Gregui era tratado como criança, talvez o jeito da minha tia ter um neto, vai saber. Quando tomava água ele limpava o focinho num paninho e se chegava da rua limpava os pés pra andar no apartamento, sempre impecável, da minha tia.

Quando ia passear sempre queria fazer o mesmo caminho e se você tentasse mudar ele travava as quatro patas e só mudava de caminho se levasse ele no colo.

Ele era zen, ficava imóvel como um tapete, sempre quieto. Só latia mesmo quando via, ou sentia o cheiro, de alguém conhecido.

Uma vez estava cansada tirando um cochilo do sofá da minha avó quando ele chegou, cheirou o meu chulé no sapato e começou a latir loucamente. Eu fingi que não ouvi, mas ele não desistiu, apoiou as patinhas no sofá e aproximou o focinho da minha cara até eu acordar e falar o nome dele com uma voz esganiçada.

O Gregui era bem sociável e adorava dar uma volta de bicicleta com o meu primo dentro da mochila. La ia ele com os cabelos ao vento adorando o passeio.

Uma vez ele fugiu do pet shop, entrou numa vila e quase foi "seqüestrado" por uma mulher que passava. Recebeu o apelido de Fernandinho Beira Mar.

Há duas semanas ele ficou doente e teve que tirar o baço. Na cirurgia descobriram um câncer e lá foi ele fazer quimioterapia. Como era muito quietinho não reclamou muito durante e depois da sessão, mas próximo da segunda sessão ele começou a ficar esquisito, se afastou, procurou um cantinho e morreu em casa, sem fazer muito barulho.

A morte do “primo” também foi doída, já que ele estava melhor e eu até planejava visitar o doente durante a semana. Ele tinha um jeito único de fazer festa pra quem ele gostava. Ficava sentado e “andava” se arrastando com as patinhas da frente latindo que nem louco.

Monday, July 20, 2009

Les prateleiras

Atendendo a pedidos a foto da famosa estante feita por mim e pelo meu irmão querido, Dedé.

Mei bagunçada, mas com muito potencial... assim que for feita a primeira faxina.

Obs: Reparem na frozinha, que vai durar pouco, mas é uma gracinha.

Tuesday, July 07, 2009

Eu, Daniela-san

No meu primeiro dia de folga resolvi liberar a pessoa prendada que existe em mim e isso, obviamente, nunca dá muito certo.

Há anos preciso de uma estante de livros nova, há meses consegui umas prateleiras semi-prontas, ou seja, quatro tabuas de madeira, e há semanas venho enrolando para instalar as benditas prateleiras porque precisava de duas coisas: tempo e um homem. Na verdade também precisava de talento, mas resolvi tentar mesmo assim.

Ontem o universo conspirou e tinha os dois, ali na minha mão. Só podia ser um sinal.

Logo de manhã contei minha idéia mirabolante para o meu querido irmão, Dedé, e lá foi ele descobrir o que tinha e o que precisávamos comprar.

Meu irmão, que é um santo, resolveu que não iria fazer todo o trabalho sozinho e já foi me dando ordens. “Coloca a prateleira ali e pega a lixa”. Daniela-san foi lá, pegou a lixa e começou a lixar a madeira, uma coisa muito simples, fácil, não requer muita prática e nem coordenação motora, mas dá uma dor no braço...

Enquanto lixava daqui e lixava de lá, meu irmão foi cortando uns pedaços de outra madeira para servir de apoio para a prateleira. Como ele é muito inteligente e tem amor aos dedos, os meus no caso, ele não deixou eu me aventurar com a serra de arco, que graças a ele agora sei que existe.

Depois de lixar tudo Daniela-san começou a passar o verniz. As primeiras passadas seguiram bem, mas conforme o tempo ia passando a pessoa ia esbarrando aqui, colocando o dedo ali, apoiando a mão na madeira e, pouco a pouco, o pincel foi grudando nos dedos, os dedos foram grudando entre si e a confusão se instalou.

Limpei os dedos e as mãos com altas doses de thinner que misturado com o cheiro do verniz, quase me fez morrer de intoxicação.

Com as prateleiras envernizadas fomos marcar na parede onde iriam as prateleiras. Ajudei meu santo irmão a marcar tudo, mas na hora de manusear a furadeira, fiquei só na supervisão. Como já mencionei, meu irmão me considera pá c@&¨*%o e adora a furadeira dele, assim, inteira, funcionando, do jeito que ela é.

Fura daqui, fura de lá e cai um monte de poeira no carpete que, no final, eu ia ter que limpar. 76996 buracos depois, as prateleiras estavam lá, lindas, e se tudo der certo, bem presas.

Sunday, May 03, 2009

E o juiz ergue o braço no Pacaembu...

Como boa palmeirense fui ver o jogo para cornetar, afinal torcer contra o Corinthians é muito mais divertido.

O amor da torcida pelo timão é tão grande que eles se irritam com qualquer coisa, fora isso, quase todos querem te “converter”, porque ser curintiano é a melhor coisa do mundo.

Então fomos eu e mais um bando de louco ver a grande final do paulista, no bar. Era muita emoção e muita certeza que tudo ia terminar do jeito certo, mas nada mais divertido do que lembrar da Copa do Brasil do ano passado. Afinal, sempre pode acontecer alguma cagada, vai saber.

E eis que o timão entra em campo. A galera se emociona e a Globo só mostra o Ronaldo. Uma coisa se destaca, não, não é a barriga saliente do gordinho mais amado do Brasil, mas a quantidade enorme de patrocínios, nos lugares mais diversos.

Além da Nike e da Batavo, tinha Bozzano nas duas mangas da camisa, Tele Sena em um ombro, Baú da Felicidade no outro e Banco Panamericano na barriga and na busanfa dos jogadores. O seu Silvio resolveu investir pesado e o coringão colocou logotipo onde deu. A Globo, por sua vez, tentava enquadrar o jogador sem o logotipo, mas num deu, pelo menos não 100% do tempo.

Para o hino colocaram a Paula Lima, mas só o juiz e um dos bandeirinhas arriscaram mais do que o “...pátria amada Brasil”. Ano que vem podiam colocar as legendas do Faustão.

A bola rola e um único santista se manifesta quando o Santos chuta e perde o gol. Esse mesmo único santista vai ao delírio, quando aos 27 do primeiro tempo o juiz marca um pênalti. A pessoa fica tensa quando o jogador vai longe pra bater na bola, mas desaba de gritar quando o goleiro corinthiano não pega a bola. Os poucos palmeirenses e são-paulinos também comemoram, mas a maior parte do bar fica com uma leve cara de preocupação.

Aos 33 o nosso amigo santista se cala com o gol do timão e no meio do segundo tempo desiste de torcer a cada bola que quase entra.

Nos 35 do segundo tempo a torcida do timão no campo and no bar não para. Tinha “um bando de louco”, tinha “timão êo”, tinha qualquer coisa de festa na favela e tinha uma música um pouco mais fina que traz palavras chiques que deixariam este blog proibido para menores de 18 anos.

Eis que o juiz ergue os braços no Pacaembu, o gordinho comemora, o Cleber Machado comemora e o bar vem a baixo. Muita gente fica rica e manda descer os mais diversos drinks, o santista sai de fininho e os fogos rolam soltos no Campo Belo.

Um pensamento passa pela minha cabeça “Ainda bem que o Palmeiras não estava nesta final”. Pior que perder é aguentar os corinthianos na segunda, na terça, na quarta, na quinta, no mês que vem, no semestre que vem, no ano que vem, daqui dez anos....

Wednesday, April 22, 2009

A minha mãe...

Em homenagem ao dia das mães resolvi fazer um post sobre a minha.

Li recentemente no blog de uma mãe desapontada como ela planejou todo o parto e como tudo deu errado. Não pude deixar de pensar em como desapontei minha pobre mãe quando resolvi que as coisas não iam ser do jeito que ela tinha planejado.

Quando ela resolveu ser mamis, queria fazer tudo direitinho. Ela estava numa fase hippie-natureba e optou por um parto normal, de cócoras, sem drogas, com muito amor, pra criança nascer calminha. Fez yoga, fez curso, só comia comida natureba, tudo certinho.

Às duas da manhã ela sentiu algo estranho e foi na médica, que mandou ela voltar lá pelas duas da tarde. Então, a minha véia mãe foi fechar o jornal e às duas da tarde foi para a clínica (Segundo a lenda, ela foi dirigindo o seu próprio carro, provavelmente um fusqueta branco).

Era janeiro, chovia e nada de dilatação. Eu, que estava super encaixada nas três semanas antes do parto resolvi desencaixar. A médica tentou me encaixar à moda antiga, e, segundo minha mãe, foi a pior dor que ela já sentiu na vida.

Dez horas, muita dor e pouca dilatação depois, resolveram que eu tinha que nascer. No hospital mesmo, com drogas e com toda aquela coisa bem estressante.

Um ano e pouco depois, quando perdi a exclusividade de ser o bebê da família, mamis tentou de novo o negócio natureba. Tava indo tudo muito bem, quando num belo dia ela não sentiu o meu irmão se mexer na barriga. Tinha passado da hora e por alguma razão ela não teve contrações. Depois da correria, meu irmão nasceu direitinho, calminho, amarelinho e com um pouco de falta de água que ele tenta recuperar até hoje.

Seis anos depois mamis não desiste, mas o corpinho num aguenta e vai na cesária de novo. Mesmo depois de ter duas crianças adoráveis, que se estapeavam de vez enquando, mamis teve um pequeno ataque de pânico quando soube que meu outro irmão ia nascer naquele dia, um pouco mais tarde.

Mesmo com três monstrinhos, mamis nunca parou de trabalhar. Chorava de ter que deixar as coisinhas tão pequenas no berçário, muitas vezes não conseguida chegar na escola na hora (dia de fechamento é uma desgraça) e várias vezes levava os pimpolhos para fazer plantão (hoje o povo é mais muderno, mas naquela época qualquer pedaço de papel e lápis vermelho, daqueles de marcar foto, era uma alegria).

Com os pimpolhos crescidos, mamis sofre, telefona, abraça, beija, da uns gritos, fica com saudades, fica carente e pensa em pedir uns netos. Mas isso, mamis querida, só depois da Copa de 2014.

Friday, March 13, 2009

Se até os astros estão dizendo...

Hoje acordei irritada, com o pé esquerdo, atrasada e com cólica. O trânsito tava terrível simplesmente porque é sexta-feira e no rádio não consegui achar nenhuma música boa.

Na hora de entrar no estacionamento, cadê o crachá? Um olhar de cachorro sem dono e o cara abriu a cancela pra mim. Mais alguns minutos para achar vaga na garagem, mais outros bons minutos na fila para pegar um crachá pra poder entrar no prédio. Outros minutos para que alguém tenha a boa vontade de vir abrir a porta do escritório.

No café de toda sexta feira só restavam dois pedaços de pão de forma, ou melhor, as duas cascas do pão de forma, uma fatia de queijo e um resto de margarina. Suco? Pra que? Toma água mesmo e da próxima vez chega no horário.

Abri o computador e aquela atualização que demora 2 horas não aceitou mais o meu "adiar" e começou a rodar sem que eu tenha tempo de dizer.... Ahh não!!!!

Como fiquei sem computador, resolvi ler o jornal Metro e qual foi a minha suprise quando estava tudo lá, tudo escrito bem no meu signo.

Reproduzirei:

"Tudo começa com aquela sensação irritante de que você não deveria ter acordado (podiam ter me falado isso ontem à noite, daí nem colocava o despertador). As coisas começam a dar errado e por mais que você tente consertar, mais besteira vai fazendo (obregada). Isso agride a sua inteligência. Tenha calma que tudo entrará nos eixos (calma my ass)."

Nessa hora deveria ter voltado pra minha caminha delicia lá na minha casa, afinal, além de tudo, hoje é sexta feira 13 (normalmente está data sempre me deu sorte, mãsss).

Refleti e, como não sou chefe, resolvi enfrentar a maré de desventuras em série. Desisti do regime e me afundei num mega X-burger de picanha com batata frita, coca zero e sorvete de sobremesa. Posso ganhar umas gordurinhas, mas estou um pouco mais feliz.

Friday, January 09, 2009

O dia que pulei o muro do cemitério.


No último dia que passei em Dublin, fomos abandonados pela japinha, que decidiu ir trabalhar, porque alguém tem que trabalhar enquanto os outros se divertem.

Como ainda era cedo, meu host friend preferido, na Irlanda, decidiu me levar para Malahide, uma vila no suburbio de Dublin onde tem praia, campo, um parquinho e um castelo lindo de porta vermelha que estava fechado não sei muito bem porque.

Pegamos o dart, como eles chamam o trem, e fomos pra lá. Não sei muito bem quanto tempo demora a viagem, porque estava entretida com um cookie MARAVILHOSO e com a conversa sempre boa com meu amigo quase irlandês.

Chegamos, e antes de entrar no castelo demos uma paradinha rápida no banheiro. Nunca vi pessoa pra ir ao banheiro que nem o meu querido amigo.... PQP.
Tentamos entrar no castelo e a porta estava fechada, demos mais uma passeadinha, resolvemos rachar o cookie que eu tinha comprado pra japinha (segredo nunca antes revelado) e fomos dar uma olhada no cemitério.
Normalmente sou uma pessoa que não pula muros, mas esse dia estava rebelde e ao ver mais uma porta fechada decidimos que a gente ia entrar mesmo assim. O muro era baixo, mas coordenação não é o meu forte e também não sou nada atlética, muito menos de calça jeans. Sem nenhuma técnica de pulação de muro, resolvi pular mesmo assim, mas acabei pagando um cofrinho master, visto somente pelo meu amigo quase irlândes, obregada.

Consegui não me sujar e nem cair como uma pata no chão e começamos a andar pelo cemitério, que na verdade era o que restou de uma igreja. O cemitério que naturalmente estava dentro e nos arredores da construção, acabou ficando e os túmulos e lápides com os nomes meio apagados davam um ar de filme de terror.

O lugar era todo meio sinistro e como a terra é meio mágica fiquei com medo dos mortos resolverem sair pra dar um oi, ou puxarem a minha mão, ou dançarem até Thriller. Mas a galera pushing daisies tava bem sossegada e não tivemos problemas.
De todos os túmulos o que mais chamou a nossa atenção foi de um homem chamado Peter, que morreu com 109 anos e ficou casado com sua única esposa por 80, 80, sim, 80 anos. Ao lado do casal estava o túmulo de uma coitada que morreu solteirona. Outro amigo do além foi o Michael, que deveria ter sido importante já que estava enterrado dentro da igrejinha destruída. (Se eu fosse o Gabriel Garcia Marques faria um romance sobre isso falando como o Peter na verdade amou a solteirona secretamente durante todos esses anos e o Michael era um padre que se apaixonou e largou a batina).
Estávamos nos divertindo com nossos novos amigos quando ouvimos uma voz, que graças ao Senhor vinha do lado de fora do cemitério. “Como vocês entraram aí?” Ficamos meio sem graça mas assumimos nossa pulada de muro e ainda nos oferecemos para ajudar a mulher a pular o muro também.
A moça era mais pata do que eu e como não era brasileira, desistiu na primeira tentativa frustrada. Como bons brasileiros incentivamos a mulher mais uma vez, mas como boa irlandesa ela agracedeu e seguiu pela ruazinha molhada.

Thursday, January 08, 2009

E o inferno chegou ao fim…

Há dois dias meu inferno astral chegou ao fim e já não era sem tempo. Inferno astral na época da festa de final de ano da firma, do amigo secreto, do Natal annnd do Ano Novo, ninguém merece.

A bagunça começou em uma bela quinta-feira de chuva, quando recebi uma ligação no meu celular que começou assim: “Senhora, aqui é do cartão de crédito XYZ, senhora, e gostaríamos de estar lhe informando, senhora, que o seu cartão de crédito, senhora, foi clonado, senhora”.

Daí eu pensei, ou é trote ou o maldito cartão foi mesmo clonado, senhora. Enquanto ela continuava percebi que era verdade e meu belo cartãozinho tinha sido ultizado para comprar diversas coisas super úteis, em Quixeramobim.

Depois que bloqueei a p. do cartão, lembrei que sou uma pessoa super moderna, que nunca anda com mais de 20 reais na carteira e que nunca tinha sacado dinheiro direto no caixa do banco. Na sexta feira lá fui eu ao banco sacar dinheiro o suficiente para passar o final de semana.

Continuei levando minha vida com cheques e saques direto no banco até a sexta feira seguinte, uma noite chuvosa em que eu decidi que ia sair pra dançar um pouquinho.

Saí de casa como de costume, falando pros outros que já tava quase chegando. “Tô na Marginal entrando na Cidade Jardim, 5 minutos tô aí.” Estava na Águas Espraiadas, que pra mim jamais vai se chamar Jornalista Roberto Marinho, quando o farol ficou vermelho. Fiquei lá parada, pensando na morte da bezerra, quando ouço uma freada, uma derrapada e vejo duas luzes brancas crescendo no meu retrovisor. Não tinha o que fazer, daí me preparei para a colisão.

Desci do carro calmamente (sim, não sei como isso aconteceu mas milagres acontecem e mantive um estranho bom humor durante todo o acontecido), ventava, chovia e eu, de chapinha e vestido curto, não sabia se protegia a cabeleira ou segurava a saia. Segurei a saia e fui falar com o menino, que saiu do carro nervoso pedindo milhões de desculpas. “Aí moça, desculpa, moça, nunca bati o carro, moça”. Eu, ainda mais atrasada pra balada, peguei o telefone do condutor 02 e fomos fazer o B.O. no dia seguinte.

O condutor 02 já tinha começado o terceiro maço de cigarro em menos de 12 horas quando chegamos na delegacia, que não podia fazer o nosso B.O. porque estava fazendo a festa de final de ano. Ok, a puliça também tem o direito de comemorar o final do ano. Partimos então para outro lugar, que não podia fazer o maldito B.O. porque não tinha impressora. Na terceira tentativa conseguimos e cada um foi pro seu lado.

Resolvido o problema do carro, devidamente bancado pelo seguro do condutor 02, comecei aquela que seria a última semana de trabalho do ano. Combinei de trabalhar só até o dia 23, mas os céus tinham outra idéia.

Estava terminando o gigantesco relatório anual, minha alforria para o feriado, quando São Pedro resolveu não colaborar e acabou com a lãz do prédio. 13º andar, pense em descer diversos lances de escada. Como tinha esquecido de salvar o texto, 13 andares nem passaram pela minha cabeça quando o computador desligou. Soltei um PUTA QUE O PARIU, entre outros palavrões mais pesados, e rezei para a lãz voltar antes das 17 horas para que eu pudesse viajar naquele mesmo dia. Para a minha sorte, alguém tinha o santo forte, a lãz voltou e consegui terminar o trabalho a tempo.

Estava sem carro, por causa da pequena colisão, e peguei um taxi pra casa. Como choveu tudo que não tinha chovido em uma semana em três horas, o taxi demorou mais de 40 minutos pra chegar. Como de manhã estava um verão nordestino e não levei casaco, terminei o dia num frio polar, de saia e regata. Delicia!!!