Monday, February 01, 2010

Pseudo-metaleira


Minha fase rebelde-metaleira veio logo depois da fase Bon Jovi (essa não foi muito bem uma fase). Quando entrei nessa fase precisava de uma banda preferida e, como só conseguia entender o que o James Hetfield cantava, resolvi que adorava o Metallica desde de criancinha.
Em 98 fui com o menino que namorava no show deles no Anhembi. Vacilei quando fui com um moleton do Hard Rock Café cinza claro e destoei muito dos cabeludos de preto. Para enganar comprei uma camiseta do show, que dei para o meu irmão mais novo que ainda não tinha idade pra entrar no show.
Minha fase metaleira não durou muito, para a alegria da minha mãe, mas os CD´s do Metallica continuaram na minha estante.
Onze anos depois eles voltaram e decidi encarar um Morumbi com 68 mil cabeludos de preto. Alguns mais carecas do que cabeludos, já que os fãs deram uma leve envelhecida e a finasterida não deu conta de atender a demanda.
Pontualmente as 20:30 (os metaleiros não são mais os mesmos) o Sepultura cruzou mais um vez o meu caminho e abriu o show. Nessa hora lembrei porque não gosto de Sepultura. Não dá pra entender um C%$@# daquele barulho que eles fazem!!!! O máximo que consegui identificar foram uns grunhidos que se pareciam muito com “roots bloody roots”, um marco na minha adolescência e a causa de pesadelos para alguns dos meus amigos, que nunca tinham visto uma pessoa de TPM (longa história).
Para atestar de vez que os metaleiros não são mais os mesmos o Metallica subiu ao palco extamente as 21:30. Mas ao contrário do Sepultura, nessa hora 68 mil pessoas, sem exceção, gritavam desesperadas. Até o Edmauro, o nosso PM preferido do mundo, no Morumbi, deu uma titubeada quando ouviu os primeiros acordes.
Quando começou o show lembrei como é legal estar num show de rock na pista. Aquele monte de gente feliz cantando, ou gritando, todas as músicas, aquele monte de homem grande e barbado emocionado de ver quatro tiozinhos tatuados e cabeludos (tirando o James e o Lars) de preto tocando guitarra.
Apesar da muvuca, tive sorte. Os cabeludos também não são mais como antigamente e quase não levei cabeladas na cara, muito menos cabeçadas. Até o banheiro químico era usável e tinha papel higiênico!!!!! Para a minha surpresa, teve até espaço para uma gentileza heavy metal. Quase no final do show um moço gentil arrancou um sem camisa da grade e fez espaço pra que eu, no alto do meu 1,62m, pudesse subir na grade pra ver melhor.
A última música antes do bis, Enter Sandman, me fez voltar para a fase metaleira. Extamente para a época que não tinha carro e pegava caronas até a Avenida Paulista com o meu amigo Brandini, num carro sempre lotado de gente.