Monday, December 26, 2005

Dois

Ele planeja
Ela leva
Ele se prende
Ela se joga
Ele é futuro
Ela passado
Ele é ativo
Ela sedentária
Ele economiza
Ela gasta
Ele vê de cima
Ela de baixo
Ele é azul
Ela verde
Ele é razão
Ela emoção
Ele é água
Ela terra
Ele organiza
Ela bagunça
Ele separa
Ela mistura
Ele calcula
Ela medita
Ele resolve
Ela complica

Thursday, December 22, 2005

Para todos os dias que são perfeitos

Ouvi essa música ontem e percebi que não lembro de muitos dias que foram perfeitos (que chato né!!). Fiquei pensando um pouco e lembrei de 3 que foram muito legais, um deles recentemente.

Como sou muito tecnológica e multimídia coloquei um link para ouvir a música e a letra pra cantar junto...
http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?busca=perfect+day&param1=homebusca&check=musica&enviar=OK


Perfect Day - Lou Reed
Transformer (1972)

Just a perfect day
Drink Sangria in the park
And then later, when it gets dark
We go home.

Just a perfect day
Feed animals in the zoo
Then later, a movie, too
And then home.

Oh it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on.

Just a perfect day
Problems all left alone
Weekenders on our own.
It's such fun.

Just a perfect day
You made me forget myself.
I thought I was someone else
Someone good.

Oh it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on.

You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow...

Wednesday, December 21, 2005

Hoje tô muito abraçadeira

Um abraço de boas festas, porque abraçar faz bem.

Resoluções para 2006 ou momento “Meu Querido Diário”

Resolvi que neste ano novo vou ser despretenciosa e não farei nenhuma promessa para o ano que vem. Nada de querer emagrecer, voltar a fazer ginástica (se é que um dia já fiz) ou arrumar um cobertor de orelha fixo. Este ano serei uma nova mulher (ou minina), começando pelos planos no dia da virada.
Normalmente, nessa altura do campeonato, já teria decidido tudo, mas nesse ano resolvi inovar. Não sei de nada e continuarei assim até sabe-se lá quando. Pensei num plano B (porque ainda tenho uma veia de produtora), mas não sei se irei usá-lo.
Não me lembro muito bem o que eu resolvi que iria realizar em 2005, porque acabei jogando a lista no mar pra ver se Iemanjá me dava uma forcinha, mas 2005 foi um ano bom.
Em novembro (demorei, né!!) me dei conta de que é melhor não esperar nada e dar valor ao que já temos. Pode ser a idade chegando, mas vi que sou uma pessoa feliz e levo uma vida bem legal. Faço tudo que quero, tenho amigos maravilhosos, tenho uma família ótima, tenho só uma ou duas gripe por ano, dou muitas risadas e trabalho no que gosto.
Por isso, minha pretensão em 2006 é não prometer nada, porque o que vier vai ser lucro...hehehehehe.
Feliz 2006 pra todo mundo!!!!!
E quem esquecer do meu aniversário (dia 6) vai ter 7 anos de azar(sim isso é uma praga!!!).

3 X mais chatos

Agora é fato. Detesto os são-paulinos!
Além de ser acordada com o barulho dos fogos em pleno domingo às 10 horas da madrugada (fui dormir as 6), ainda tenho que agüentar TODOS os meus amigos são-paulinos (que não são poucos) falando que eles são tri mundial, que o Rogério Ceni é foda, que o campeonato mundial que o Corinthians ganhou num vale nada e toda aquela ladainha.
Sou palmeirense, mais por insistência do que pela paixão pelo futebol. Não gosto muito de assistir aos jogos, com exceção de copa do mundo, ir ao estádio (que é sempre divertido) ou quando tem um corintiano do lado pra zoar, principalmente quando o corinthiano em questão é o Michael.
Na época de escola você é obrigado e torcer por um time, porque se falar que é Brasil, você está muito por fora. Quando tive que escolher, acabei optando pelo Parmera porque era o time da “família”. Meu pai apaixonado por futebol, meu irmão do meio, que preferia basquete ou natação, e meu irmão menor, completamente fanático, são todos palmeirenses.
Juro que quanto era uma adolescente rebelde tentei ser do contra, mas ao namorar um corinthiano decidi ser contra ele (corinthianos conseguem ser muito chatos), se bem que, infelizmente, sempre dei muita sorte pro timão (ECA!!!).
Já fui mais informada sobre futebol, em 94 e 95, sabia os nomes de todos os jogadores do Parmera e assistia a maioria dos jogos. Sabia a tabela do campeonato e os melhores lances de todos os jogos.
Hoje acho um saco aquele monte de mesa redonda especulando um monte de coisa que não acontece e o Galvão Bueno fazendo aqueles comentários infelizes e torcendo pelo time na cara dura.
Uma época até joguei bola na escola, sempre na defesa, porque eu era (e ainda sou) meio descordenada. Queria ser número 4, mas acabei com a camisa 6, que por coincidência era o número do meu namorado da época. Depois de um tempo passei de zagueira chutadora de canelas a cheer leader do “Mimosas Maldosas”, o melhor time que aquela escola teve em muitos anos.
O “Mimosas” continua até hoje com alguns jogos esporádicos. Este ano completou 10 anos, com um jogo que foi marcado e desmarcado várias vezes, e nunca ocorreu.
Hoje torço basicamente pelo Parmera, pelo Brasil na copa (porque vamos ser hexa), contra o Corinthians, sempre, e contra o São Paulo, por ter que agüentar a ladainha do ”agora somos tri”.

Thursday, December 15, 2005

The Eagle and Child


Essa é uma foto do Pub onde Tolkien e Lewis se encontravam pra conversar da Terra-Média, do Leão, do Frodo, do Guarda Roupa....

O Leão, o Hobbit, a Águia, Alice e o Guarda Roupa

Ontem fui ver “O Leão, a Feiticeira e o Guarda Roupa”, filme baseado no primeiro livro das Crônicas da Narnia de C. S. Lewis. O filme tem muitas coisas que lembram a Terra- Média do “ O Senhor dos Anéis” e foi justamente isso que me fez lembrar de um certo Pub que visitei uma vez enquanto morava em Oxford.
O “Eagle and Child” é um pub que fica meio escondido em uma avenida movimentada de Oxford (falo movimentada, mas temos que levar em conta que Oxford é uma cidade bem pequena). Diz a lenda, e o carinha que fica no ônibus turístico, que era neste pub que C. S. Lewis e J.R.R. Tolkien (devia ser moda abreviar os nomes), entre outros professores e escritores da época vinham tomar umas pints, comer fish and chips e bater papos, que com certeza deviam ser muito interessantes.
Pode ser que eles não tenham freqüentado o Eagle, mas historicamente consta que eles eram bem amigos. Os dois eram professores na Universidade de Oxford na mesma época, Lewis de Literatura e Tolkien de Inglês, eram contemporâneos e tinham grandes interesses na mitologia dos países escandinavos.
Não dá pra saber muito bem quem apresentou a quem as histórias desta mitologia, mas com certeza os dois tiraram de lá muitas idéias para seus livros. Magos sábios, anões, monstros feios que lembram os Orcs de Tolkien, gigantes, magia, cavaleiros que tem de salvar uma terra encantada, tudo isso está presente na mitologia e nas obras dos dois autores.
Além da mitologia, outro professor de Oxford serviu de inspiração para Tolkien e Lewis. Ele não freqüentava o Eagle, aliás, morreu bem antes dos dois serem professores, mas enquanto lecionou na Christ Church de Oxford, Lewis Carroll, escreveu seus dois livros mais famosos. “Alice no País das Maravilhas” e “Alice Através do Espelho”.
Tanto Narnia quanto Senhor dos Anéis foram escritos na mesma época, no início da década de 50, logo após a segunda guerra mundial. Ao contrário do Senhor dos Anéis que é uma aventura para as crianças um pouco maiores, Narnia é mais lúdico, tem centauros, crianças, bruxas malvadas, bichos falantes e embora tenha mortes e batalhas, não cai nenhuma gota de sangue.

Um pouco mais:
(infelizmente não achei nenhum site decente em português).

C. S. Lewis é abreviação de Clive Staples Lewis, nascido em Belfast na Irlanda do Norte em 29 de novembro de 1898. Na década de 30 foi professor em Oxford e além do interesse em mitologia escandinava se interessava por religiões. Faleceu em 1963 e hoje seu corpo está enterrado em Oxford na Holy Trinity Church.

Este primeiro site foi montado pelo enteado de Lewis e o outro é uma biografia do site Wikepedia: http://cslewis.drzeus.net/, http://en.wikipedia.org/wiki/C._S._Lewis

John Ronald Reuel Tolkien (J.R.R.), nasceu em 3 de janeiro de 1892 em Bloemfontein, na África do Sul, e mudou-se para a Inglaterra aos quatro anos. Em 1937 escreveu o Hobbit, que conta a história do tio do Frodo, mas só em 1954 continuou a história escrevendo a trilogia do Senhor dos Anéis. Tolkien morreu em 1973, aos 81 anos e foi enterrado também em Oxford, no cemitério de Wolvercote.

Para saber mais tem uma biografia no Wikepedia: http://en.wikipedia.org/wiki/J._R._R._Tolkien


Para saber mais sobre as lendas escandinavas (norse mythology) tem um site que me pareceu interessante e bem didático: http://www.ugcs.caltech.edu/~cherryne/myth.cgi/Introduction.html

Tuesday, December 13, 2005

Papai Noel?


Natal é uma época legal, as pessoas ficam mais felizes, os shoppings lotados, as crianças ficam naquela expectativa dos presentes e não importa a direção que você olhe, lá está ele, o mesmo velhinho gordinho, com a mesma roupa, a mesma barba branca e o mesmo sorrisinho.
Pra mim ele nunca existiu de verdade, e não sei o que vou dizer se um dia tiver filhos, mas acho legal as crianças que acreditam piamente que o tal velhinho consiga entregar todos os presentes em uma única noite.
Minha mãe conta que quando era criança acreditava tanto que um dia ela viu Papai Noel, trenó, renas e todo o resto voando no céu. Minha prima de 7 anos ainda acredita, mas meu primo, que já tem 13, está trabalhando há alguns Natais para que essa história não dure muito.
O que eu sei é que essa história de Papai Noel dá um trabalhão para pais, avós, primos e quem mais estiver envolvido. É um tal de esconder presente, trancar as crianças no quarto e fazer barulhos na sala, arrumar um gordo amigo pra se enfiar naquela roupa vermelha, enfim, fazer toda uma produção pra que a criança fique na expectativa do presente ou de conseguir pegar o velhinho no pulo colocando os presentes em baixo da árvore.
Na minha casa o negócio sempre foi claro, e deve ter sido tudo culpa minha. Eu tinha tanto medo, mas tanto medo de Papai Noel, palhaços e afins que não podia passar nem a 500 metros de um que já começava a berrar. O jeito foi contar pra mim que o Papai Noel era só o tio Puã com uma roupa vermelha, ou me esconder quando o tal Papai Noel fosse entregar os presentes pros outros primos, que ao contrário de mim adoravam essa história toda.
Acreditando ou não no bom velhinho, o que importa é o espírito de Natal. Ficar feliz, abraçar todo mundo, fazer aquele jantar onde a família inteira se encontra, briga, come, faz as pazes e ver as crianças ganhando os tão esperados presentes que, para desespero das mães, vão abrindo onde der espalhando papel, fita, brinquedos e pecinhas pra todo lado.
Não vou negar que até hoje fico na expectativa do presente, com ou sem Papai Noel, e adoro reunião de família, mesmo com quebra pau.

Monday, December 12, 2005

Entre rimas e redondilhas

Nunca fui muito de poesia. Nunca entendi muito bem as palavras difíceis. Nunca fui boa de rima. Nunca tive muita paciência. Nunca entendi esse negócio de redondilhas. Nunca me arrisquei a tentar escrever uma. Ok, talvez uma vez, com o coração apaixonado, tenha tentado fazer umas rimas imbecis como amor e dor, mas parei por ai.
A primeira poesia que decorei na vida foi “Vou-me embora para Pasárgada” do Manuel Bandeira, mas hoje só me lembro da primeira estrofe. Era aula de redação e a nossa professora da 6ª série (ou seria 7ª ?), resolveu que nós teríamos que decorar uma poesia, pelo menos uma na vida. E toca procurar alguma poesia bem fácil pra decorar em uma semana.
Como sempre decorei música fácil, fui atrás de algum cantor/poeta que pudesse me ajudar. Achei um livrinho meio velho com algumas poesias e músicas do Vinicius de Moraes. Dei uma folheada e achei o tal “Soneto da Fidelidade” (sim, o soneto mais batido do mundo), lembrava de ter ouvido em algum lugar, achei bonita aquela história de amor eterno enquanto durasse e decidi que era aquele mesmo que eu ia decorar.
Passei a semana decorando, mas pior que entender e fazer rima, é declamar poesia. No dia da apresentação estava lá eu, nada confiante, branco geral, declamando a poesia. Respirei errado, pausei errado, pontuei errado, entonei errado, enfim, declamei pior que se eu fosse gaga.
Depois do meu fiasco, fui seguida pelo meu amigo, e fiel companheiro, Negão, que sempre foi palhaço e incentivava as minhas palhaçadas. Como bom amigo, me salvou da vergonha geral, mandou o poema dos mafagafinhos e a classe inteira veio a baixo.
Passada a fase da escola e da gagueira para declamar poesias, parei com essa história de rimar e procurar palavras difíceis. Lembro de ouvir um professor declamar “O Corvo” do Edgar Allan Poe, mas não prestei muita atenção, a não ser pelos recorrentes “never more”, que os corvos insistiam em dizer.
Tava até esquecendo esse negócio de poesia, quando cai na minha vida a figura mais louca do mundo, Cássio Maradei.
Um dia achando que eu era inteligente e culta ele me dá uma poesia do T.S. Elliot pra ler. Em INGLÊS!!! Se nem os ingleses entendem Elliot em inglês, quem sou eu pra entender? Mas fiz o meu papel, li duas vezes, fiz cara de conteúdo e soltei um “Nossa que lindo!”.
Passou um tempo e ganhei aquele livro do Elliot de herança. Passou outro tempo e decidi dar uma lida nos poemas, principalmente em um que ele vivia citando, o “Ash Wednesday”. Que era mais ou menos assim "Because I do not hope to turn again Because I do not hope Because I do not hope to turn".
Li, reli, treli, quadreli e mesmo assim ainda acho que não entendi muito bem. Então, fechei o livro e me contentei em entender o “Old Possum's Book of Practical Cats”, uma coisa bem mais fácil que o Elliot escreveu para crianças e virou aquele musical, Cats.

Como esse Blog é cultura vai um poema do Elliot.


The Naming of Cats

The Naming of Cats is a difficult matter,
It isn't just one of your holiday games
You may think at first I'm as mad as a hatter
When I tell you, a cat must have THREE DIFFERENT NAMES.
First of all, there's the name that the family use daily,
Such as Peter, Augustus, Alonzo or James, Such as Victor or Jonathan, or George or Bill Bailey -All of them sensible everyday names.
There are fancier names if you think they sound sweeter,
Some for the gentlemen, some for the dames: Such as Plato, Admetus, Electra, Demeter - But all of them sensible everyday names.
But I tell you, a cat needs a name that's particular,
A name that's peculiar, and more dignified,
Else how can he keep up his tail perpendicular,
Or spread out his whiskers, or cherish his pride?
Of names of this kind, I can give you a quorum,
Such as Munkustrap, Quaxo, or Coricopat, Such as Bombalurina, or else Jellylorum - Names that never belong to more than one cat.
But above and beyond there's still one name left over,
And that is the name that you never will guess
The name that no human research can discover - But THE CAT HIMSELF KNOWS, and will never confess.
When you notice a cat in profound meditation,
The reason, I tell you, is always the same: His mind is engaged in a rapt contemplation
Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
His ineffable effable
Effanineffable Deep and inscrutable singular Name.

Vitta, Penteado, Penteado Vitta

Encontros familiares são sempre divertidos. Neste fim de semana foram dois. Sábado jantar com a família Vitta e domingo almoço com os Penteado. Embora não carregue o sobrenome da minha mãe também sou Penteado, mas segundo um tio da minha mãe tenho a cara dos Vitta (dizem que eu tenho os olhos verdes e míopes do meu avô paterno).
A família Vitta é italiana de todos os lados e como toda boa família italiana, quem manda mesmo é a Mama, minha avó, mais conhecida como Dona Olga.
Fomos comer uma pizza já que a vó não passará o natal com a gente. Para desespero dos poucos homens da família, as mulheres são maioria e o assunto principal é invariavelmente a vida alheia, novelas, cabelos e a última moda.
Os Penteado também tem seu pezinho na Itália, mas há muitas gerações vivem no interior de São Paulo. Como é mais gente, os assuntos são mais variados. Os mais velhos na ponta da mesa, falam do passado e de doenças. Olham fotos e lembram quando eram moços numa cidade onde tudo era perto e tranqüilo. A ala dos fumantes fala de assuntos variados, as mulheres falam de filhos, vida alheia e afins enquanto os homens conversam sobre a velhice, as doenças (um dos primos é médico), futebol, filhos, churrasco e comida. A ala dos “brotos” (eu, meu irmão e dois primos pequenos), fica passeando pelas conversas, ora com os velhos, ora com os fumantes, ora com o tio, ora na varanda do restaurante fazendo traquinagens.
Meu avô, o mais velho com 85 anos, fica sentado na ponta da mesa, olhando a família com um sorrisinho de satisfação. Os irmãos, quase todos vivos (exceto um), os filhos, os sobrinhos e os netos, quase todos reunidos. Reunir a família toda é uma meta difícil, mas enquanto os velhos puderem ir, a festa acontece.
No final, depois de muita comilança (família italiana, sabe como é) cada um pra sua casa pra dar uma dormidinha. Como sempre vários convites feitos, viagens combinadas e encontros marcados.
Eu como boa prima, que também leva pra patinar no gelo, prometi pros meus primos que levaria os dois pra assistir o novo Harry Potter. Mas vai ter que ser dublado. Vou fazer o que?

Wednesday, December 07, 2005

Lennon, Beatles, Londres, sei lá... mil coisas

John Lennon morreu um mês antes de eu nascer, os Beatles se separaram bem antes da minha mãe conhecer o meu pai, mas mesmo assim não me lembro exatamente quando ouvi Beatles pela primeira vez. Talvez tenha sido ainda na barriga da minha mãe, com um disco na vitrola ou com o meu pai tirando alguma música no violão.
Não, meu pai não é um Beatlemaníaco, talvez só um pouco (conheço alguns piores). Digamos que ele seja um colecionador de Beatles (ou colecionador de tudo). São trocentos livros, discos cd´s, dvd´s e obviamente milhões de histórias contadas pelo meu pai ao longo dos meus quase 25 anos.
Visitando Nova York, quando eu tinha uns 15 anos, fomos até o Dakota, prédio onde morava Jonh Lennon e onde ele foi assassinado. Atravessamos a rua e fomos exatamente onde tudo ocorreu. Pra mim não foram grandes emoções, mas para os meus pais, ficar parado ali na calçada deve ter sido uma outra experiência (um ano antes eles não conseguiram atravessar a rua, mas como estavam com a gente se sentiram obrigados a chegar mais perto do Dakota).
Quando fui morar em Londres pude adicionar minhas próprias histórias com os Beatles. Nos dois últimos meses que morei lá, me mudei pra uma kitnet na Abbey Road. Apesar de ser super pequena, tinha uma ótima localização... do lado do estúdio onde os Beatles e muitos outros músicos gravavam seus discos.
Passava todo dia pela famosa faixa cantarolando alguma música. A mais freqüente era “Long and Widing Road”, que nem tem a ver com esse disco, mas pra mim tem um tom de final de outono em Londres, não me pergunte porque.
Na Abbey Road é um festival de fotos na faixa de pedestres. Sempre tem uns 10 japoneses tirando foto, e sempre tem um que tira o sapato pra ser o “Paul”.
Certo dia entrando no site do estúdio, vi que tinha um link pra uma webcam que fica 24 horas registrando a rua, ou melhor, a faixa de pedestres.
Pensei comigo, “Pô, passo lá todo dia... vou avisar o meu pai, quem sabe eles me vêem do Brasil!!”. Mandei um e-mail e fiquei de ligar do orelhão quando estivesse chegando em casa.
Passei uma vez dando tchauzinho e o celular tocou. Era meu pai “Num vi, você já passou???”. Ok, não levei em conta que a câmera pudesse ter um delay e como era webcam não dava pra passar muito rápido.
Fui até a faixa e parei. Como os motoristas têm que parar se tiver alguém querendo atravessar tinha que ficar avisando que estava só parada e que não queria atravessar.
Foi ai que o velho pai falou “Levanta a mão e dá um tchauzinho!!”, levantei a mão e dei um tchau, só que não vi que um táxi estava passando neste mesmo minuto e achou que era pra ele. Resultado, o táxi parou e eu, com cara de idiota, fui explicar pro cara que tava acenando pra câmera e que meu pai estava me vendo do Brasil. Acho que ele não entendeu muito bem, mas como em Londres tem muito louco ele sorriu e foi embora.
Fiquei mais um tempo lá, fazendo palhaçadas e obviamente passando por louca, e fui pra casa encarar um macarrão com ervilhas congeladas, presunto de péssima qualidade e queijo cheddar (um dos meus pratos mais freqüentes e digamos, dos mais baratos).

Este Blog também é serviço

Se conhecerem alguém em Londres que goste da passar vergonha o link para a webcam é este: http://www.abbeyroad.co.uk/virtual_visit/webcam/
Notem que na faixa há dois postes que ficam piscando, um de cada lado da calçada. No código e trânsito inglês, isso significa que o motorista é obrigado a parar se alguém estiver esperando pra atravessar.

Friday, December 02, 2005

Alguém entende???


crédito: essa foto é do fotógrafo brasileiro Antonio Saggese, e não tem título, o que poderia ajudar nós, seres ceguinhos e curiosos.

Este Blog também é cultura

Esta foto faz parte de uma coleção chamada FotoPortátil e cada livro custa R$ 29,50, nas melhores casas do ramo.

Thursday, December 01, 2005

Fogo! Fogo! Fogo!

Estava pensando o que escreveria no blog. Minha vida andava meio monótona, só fazendo as mesmas coisas, andava sem muitas idéias de assuntos interessantes. Eis que ouço uma sirene. (não, não era o meu cérebro mandando uma idéia maravilhosa)
Seria treinamento? Fogo de verdade? As mulheres e as crianças vão primeiro? O que mesmo que eu tenho que fazer? Nunca tinha ouvido uma sirene de incêndio antes.
Decido então sair da minha salinha e pergunto para alguém "É de verdade?", alguém responde "Acho que sim, normalmente eles avisam quando é treinamento.".
Na hora pensei, "Bom, tenho que pegar as minhas coisas e descer isso aqui correndo."
Voltei pra sala peguei a bolsa e o celular, tava quase saindo quando lembrei de todo material que tinha pra prova de hoje. Voltei e levei comigo (consigo ser CDF até em situações de perigo). Olhei pra trás e ainda pensei em levar o ursinho que ganhei no Mac Lanche Feliz, mas achei bobagem.
Fui andando rápido pelo corredor e vi que tava todo mundo muito calmo pro meu gosto. Cheguei na escada de incêndio e encarei os 13 andares pra baixo. Como tava todo mundo muito calmo achei que tava tudo certo. E toca descer escada.
Lá em baixo tive a real noção de quanta gente trabalha no prédio. Ao invés de sair pela porta da frente, recebemos indicação de sair pelos fundos e aguardar no estacionamento.
Pra sair pelos fundos tem que passar pelo hall de entrada, atravessar o bloco A e finalmente pegar um micro corredor que sai no estacionamento aberto. Se fosse um incêndio estariamos todos tostadinhos.
Passada a confusão segui para o martírio do elevador (não ia subir 13 andares a pé!!!!). Se o elevador já é lerdo no dia a dia imagina quando todo mundo vai subir na mesma hora!!!!
Esperei um pouco e resolvi subir. Entrei no elevador e já me posicionei no fundo encostada no espelho (meu andar é o último não tem por que ficar na porta, né?).
Quando olhei para quem estava entrando vi um rosto conhecido. Pensei um pouco e vasculhei o "Palm Tati" (vulgo meu cérebro, que guarda muitas coisas inúteis e pouca coisa útil como Economia , por exemplo).
Normalmente sou ótima em reconhecer pessoas e não tão ótima em lembrar seus nomes, mas esse era da minha infância, era o Décio Pitinini... hahahahahahahaha...
Alguém se lembra dele? Jurado do "Show de Calouros". Muito amigo do Seu Silvio. Esse mesmo. Dé-cio Pi-ti-ni-ni lá lá lá lá lá lá lá .....
Quando liguei o nome com a pessoa e com a musiquinha, quase cantei, dei uma risada encabulada e fiquei cantando na minha cabeça. Ô musiquinha grudenta!!!
Vai dizer que você também não tá cantando mentalmente agora!!!