Tuesday, October 14, 2008

Na latinha de atum - Parte 1

Depois de uma semana bem bagunçada finalmente chegou o dia de embarcar. Cheguei no aeroporto muitas horas antes porque meu pai é um desesperado e o trânsito de São Paulo, nunca se sabe.

Mesmo tendo reservado uma janelinha maravilhosa, deu algum tipo e pau e acabei numa cadeira bem lá no meio. Compreensiva com a minha dor e com a minha cara de desespero de ter que passar 11 horas num lugar terrível, a moça do check-in falou que se conseguisse uma janela iria trocar o meu lugar.

Já sem muita esperança fui até o portão de embarque. Estava no lugar mais divertido do aeroporto, o Dutty Free, dando uma olhada nas "novidades", quando aquela voz do além fala o meu nome e pede que eu compareça imediatamente ao portão de embarque. “Vizi Maria, mas o que foi que eu fiz? Será que errei o horário e tá todo mundo me esperando?”.

Saí no maior pau até o portão 64479B, que nunca fica tão perto do Dutty Free quanto a gente gostaria. Cheguei lá esbaforida e já preparando uma história bem triste para contar para a aeromoça alemã. Quando cheguei no balcão, descobri que na verdade a boa alma do check-in me arrumou o que seria a melhor e mais disputada cadeira do avião. Sim, aquela poltrona bem na divisa da classe executiva com os pobres coitados, perto do banheiro, o sonho dos homens altos e gordinhos que, lá, conseguem esticar as canelas como em nenhum outro local.

O que poderia ter sido a glória, para mim não foi muito bom, já que não tinha onde encostar o maravilhoso "travesseiro" e onde a maldita televisão ficava longe demais para a minha miopia.

Além de todo o aperto inicial, meu colega, um equatoriano muito simpático por sinal, era mei gordim e impossibilitava qualquer movimentação mais elaborada, como coçar a cabeça ou passar manteiga no delicioso pão amanhecido que foi servido no jantar.

“Dormi” umas três horas e acordei com um cutucão delicado do meu colega e um agradável cheiro de pimentão. Sim, no café serviram uma coisa esquisita com molho de tomate e pimentão. Isso, às cinco horas da manhã, faz qualquer um "acordar" de mau humor.

Onze horas depois, finalmente chegamos ao aeroporto de Frankfurt. Lá fiquei mais umas boas horas passeando pelas lojinhas. Mesmo com vários Euros no bolso, consegui me conter e não comprei nenhuma tralha, só uma das garrafas de águas mais caras da vida, pelo menos foi o que eu achei.

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